Gerente assaltado ‚ demitido pelo Bradesco

Um mês depois do ter sido vítima de um assalto em que a mulher e os dois filhos foram feitos reféns, na noite de 26 para o dia 27 de março, em Rolim de Moura, o gerente da agência do Bradesco, André Mazeli, foi demitido no dia 25 de abril, sob a alegação de que teria tido um “procedimento inadequado” durante o assalto, segundo palavras do gerente regional, encarregado de entregar a carta de demissão ao bancário. “Ele disse, na ocasião, que eu teria que ter acionado o alarme disponível no banco para estes casos, sendo que para isto eu teria que digitar uma senha de quatro dígitos que fica numa caixinha, a cinco metros da minha mesa de trabalho”, relata Mazeli. O funcionário lembra que estava sob forte pressão emocional durante o assalto.

 

O drama do gerente iniciou na noite de 26 de março, quando chegou em casa, às 23 horas, vindo da faculdade, e não encontrou a família, que já estava em poder dos seqüestradores. A mulher e os dois filhos foram levados para Cacoal, onde permaneceram em uma casa, sem saber o que estava acontecendo com Mazeli, que também desconhecia o paradeiro da família. Pela manhã, os assaltantes levaram o gerente até o banco para que ele abrisse o cofre. Só então os reféns foram liberados. Os bandidos não foram localizados pela polícia.

 

Traumatizada, a família do bancário está passando por atendimento psicológico. André tem dois filhos, uma menina com 10 anos e um garoto com 14.

 

Com 20 anos de trabalho no Bradesco e dono de uma ficha funcional limpa, André foi comunicado, “que o procedimento adotado durante o assalto teria contribuído para a ação dos bandidos, o que pode servir de exemplo para outros bandidos”. “Foi um belo presente de aniversário”, ironiza o bancário, que completou 46 anos no dia da demissão.

 

Ele lembra que muitas vezes arriscou a vida pelo banco, fazendo a entrega de malotes contendo dinheiro e documentos nos chamados bancos postais, na região de Rolim de Moura, sozinho, às vezes utilizando o próprio carro, sem qualquer segurança, o que contraria todas as regras previstas para este tipo de procedimento.

 

Embora a Legislação Trabalhista considere os assaltos como acidentes de trabalho, o funcionário não se preocupou em abrir uma CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) para fazer o registro da ocorrência, pensando ele que com o banco esta tudo certo.

 

Fonte: Ana Aranda – Sindicato dos Bancários de Rondônia

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