Jornal desinforma sobre aux¡lio-doen‡a

Correio Braziliense é usado por peritos, deixa de ouvir o “outro lado” e só falta afirmar que todo trabalhador é fraudador da Previdência

 

(São Paulo) Na matéria “Peritos criticam pressão sindical”, de abril deste ano, publicada pelo jornal Correio Braziliense e reproduzida pelo Estado de Minas, há a afirmação de que os peritos do INSS estão recebendo “pressão de sindicalistas ligados à CUT para não interromper ou para conceder auxílios-doença”, que há ingerência política de sindicalistas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e acusa a diretora o Sindicato dos Bancários de São Paulo Rita Berlofa de fazer parte do lobby sindical.

 

Na “matéria” um diretor da Perito.Med, sindicato dos peritos, afirma sobre os trabalhadores bancários: “Eles não querem ‘sarar’ para não correrem o risco de demissão”… “Se ele recebe do INSS sem estar doente ou incapacitado para o trabalho, quem paga somos todos nós.”

Interesses inconfessáveis – É difícil entender como um jornal se presta a fazer uma “matéria” dessa sem ouvir a outra parte nem os trabalhadores vítimas das doenças de trabalho. Para Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT, existe uma cultura entre os médicos do INSS de que o trabalhador é fraudador e recorre à Previdência para não trabalhar. “Sendo que o que ocorre é o contrário. Por não haver prevenção, o trabalhador adoece e ainda tem de agüentar a desconfiança e ser tratado como fraudador. As empresas não adotam medidas de prevenção e o INSS não cumpre seu papel de fiscalizador. As empresas não são multadas e nem sofrem ações regressivas, por isso as doenças do trabalho e acidentes se avolumam”, afirma.

 

Na realidade, o que acontece é que muitos peritos não respeitam os trabalhadores, os maltratam nos exames, não fazem exames criteriosos. “E, muitas vezes, sabe-se lá por quais interesses, não levam em consideração os relatórios dos médicos que fazem os tratamentos”, diz.

 

A alta programada, só piorou a situação. “Segundo a Dra. Maria Maeno, médica sanitarista e pesquisadora da Fundacentro, para doenças crônicas, tais como LER/Dort e as mentais, não se pode elaborar prognóstico preciso de tratamento, nem se pode estimar de maneira mecânica quando será curada. Nesses casos são necessários exames detalhados e o trabalhador deve passar por nova perícia, para que não retorne ainda incapacitado e ter usa condição de saúde agravada e, muitas vezes, até ser demitido”, conclui.

 

Para Plínio, os peritos agem como se os postos do INSS fossem de sua propriedade particular e não admitem questionamentos a suas opiniões. O INSS é um órgão público a serviço da população e, portanto, é dever das entidades sindicais, bem como de qualquer segmento organizado da sociedade civil, cobrar dos órgãos governamentais melhores condições de atendimento e respeito aos direitos dos trabalhadores.

 

Fonte: Contraf

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