BMB cancela demissão de dirigente do Sindicato de Niterói

(Rio) O sindicalismo bancário fluminense pode comemorar uma importante vitória sobre as práticas anti-sindicais. A demissão de Edílson Cerqueira, funcionário do BMB e secretário de saúde do Sindicato de Niterói, foi cancelada na tarde de ontem, em reunião na DRT-RJ.

A novela se arrastava desde meados de setembro. Menos de duas semanas depois de se reapresentar ao trabalho, ao final de período de licença por acidente de trabalho, Edílson foi demitido. O dirigente tinha estabilidade provisória por ter gozado de benefício acidentário do INSS e, como sindicalista, também não podia ser dispensado, salvo por justa causa. Mesmo assim, o banco o dispensou, ignorando suas garantias legais de permanência no emprego.

O Sindicato de Niterói e a Federação recorreram à DRT para negociar o cancelamento da demissão, mas, na primeira reunião, o banco negou categoricamente o reconhecimento das estabilidades. No segundo encontro, o BMB aceitou reintegrar Edílson, mas exigiu que constasse em ata que não reconhecia a estabilidade decorrente do mandato sindical, já que a agência do banco em Niterói foi fechada em março. O dirigente e o Seeb-Niterói aceitaram a reintegração, mas também exigiram que a ata da reunião registrasse a discordância com o não reconhecimento do mandato sindical.

A terceira reunião de conciliação entre o banco e as entidades aconteceu na tarde de ontem. Os representantes do banco trouxeram a posição da diretoria de que não haveria o reconhecimento do mandato sindical. A Federação e o Sindicato decidiram aceitar a proposta, já que estava registrado na ata da negociação anterior a ressalva quanto à questão do mandato do dirigente.

Edílson comemora a reintegração não só pela satisfação pessoal do retorno ao trabalho, mas também pela importância política da vitória: “Essa conquista não é só minha, mas de todo o movimento sindical que, com organização e mobilização, consegue deter os abusos dos bancos”, avalia o dirigente.

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No dia 19 de setembro, em plena campanha salarial, as quatro agências do BMB no Rio de Janeiro – todas no centro da cidade – tiveram paralisação de 24 horas. Mesmo ocupados com as atividades em outros bancos, que tiveram sua abertura retardada na manhã deste dia, os sindicalistas de Niterói e do Rio de Janeiro empenharam esforços para realizar um grande protesto contra a demissão de Edílson. A manifestação contou com a adesão de cerca de cem bancários filiados ao Seeb-Niterói que tiveram seus direitos reconhecidos por seus empregadores em razão do trabalho realizado por Edilson. Com uma atuação firme e eficiente, o sindicalista conseguiu muitas reintegrações e concessões de benefícios a bancários lesionados em sua base.

Convocados por diretores da entidade para participar do protesto, estes trabalhadores compareceram em massa. A secretária de Assuntos Jurídicos do sindicato, Haidée Antunes Rosa, conta que se emocionou com declarações de alguns bancários: “Eles não se importavam em ter o dia descontado, já que a manifestação era em apoio ao Edílson. Ele é muito querido porque sua atuação na Secretaria de Saúde foi realmente importante para muitos trabalhadores, que demonstraram sua gratidão colaborando com a manifestação”, relata Haidée.

Fonte: Feeb RJ/ES

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