(Vitória) O ato em repúdio às demissões arbitrárias no Banestes reuniu entidades dos movimentos sociais na manhã desta quarta-feira, 14, em frente à direção geral do banco, no edifício Pallas Center, no Centro de Vitória (ES). Faixas na cor preta circundaram os dois prédios em sinal de luto pelas demissões. Funcionários do banco também foram trabalhar de preto, numa manifestação silenciosa contra a dispensa dos colegas, vítimas da tentativa de intimidação por parte da direção do Banestes.
O ato, organizado pelo Sindicato dos Bancários/ES, contou com as presenças do conselheiro eleito pelos bancários para a Fundação Banestes, Lúcio Faller, e do representante dos funcionários no Conselho de Administração do banco, André Sabino. O presidente do Sindicato, Carlos Pereira de Araújo (Carlão), lembrou que além da tentativa de intimidação do movimento reivindicatório da Campanha Salarial 2007, o que está por trás dessas demissões é o projeto de privatização do Banestes. “Nossa capacidade de mobilização é enorme, pois temos funcionários do Banestes em todos os municípios para fazer a luta em defesa do banco público. O Governo tenta enfraquecer o movimento dos empregados para não enfrentar resistência na venda do banco”, afirmou.
Carlão também destacou que a realização de concurso para admissão no banco público é uma conquista da sociedade que não pode ser “banalizada”. “Todos os demitidos ingressaram no banco através de concurso público. As demissões são uma afronta a esse processo democrático conquistado pela sociedade”, afirmou.
“Essa não é a primeira vez que o Governo Paulo Hartung trata os trabalhadores com descaso”, disse a coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres, Luciana Bernardes. “O governador prega o desenvolvimento do Estado, mas gera desemprego”, afirmou. O diretor do Sindicato dos Previdenciários/ES, Willian Aguiar Martins, se solidarizou com os bancários, lembrando que as tentativas de intimidação dos movimentos dos trabalhadores também acontecem na esfera federal.
O presidente da CUT/ES, José Carlos Nunes, criticou as demissões como forma de retaliação ao movimento dos trabalhadores e prometeu buscar apoios políticos para tentar reverter as demissões. Também estiveram presentes ao ato e manifestaram apoio à luta dos bancários contra as demissões representantes das seguintes entidades: Conselho Estadual dos Direitos Humanos, representado por Isaías Santana, que falou também em nome da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS); Diretório Central dos Estudantes da Ufes (Arthur Moreira); PSOL (Tadeu Guerzet), Federação dos Bancários RJ/ES (Idelmar Casagrande) e Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (José Nilton Oliveira Santos).
Outras ações
O presidente do Sindicato, Carlos Pereira de Araújo (Carlão), os diretores da entidade Flávio Teixeira e André Sabino e uma comissão dos demitidos está reunida nesta tarde com o deputado estadual Cláudio Vereza (PT). Esse é o primeiro contato político para tentar reverter as demissões no Banestes. Parlamentares de outros partidos também serão procurados, conforme aprovado na assembléia dos bancários realizada ontem, dia 13.
Outra deliberação da assembléia foi a criação de um fundo de solidariedade para os demitidos e a realização de uma festa de confraternização e de solidariedade no dia 1º de dezembro, no Centro Sindical dos Bancários, no Forte São João, em Vitória. A próxima assembléia dos bancários do Banestes vai acontecer na próxima terça-feira, dia 20, às 18 horas, no Centro Sindical.
Retorno
Dois dos onze funcionários demitidos na última segunda-feira, dia 12, tiveram a dispensa anulada pela direção do Banestes. Agora faltam nove.
Histórico
As demissões realizadas na última segunda-feira, dia 12, acontecem num momento em que é crescente a mobilização dos bancários para cobrar do Banestes a revisão da ECR (Estrutura de Cargos e Remuneração) e a extensão da gratificação semestral para todos os funcionários. A maioria das demissões aconteceu no CPD, onde a mobilização é mais intensa.
Fonte: Seeb ES
