Vereadores de João Pessoa repudiam abertura do Santander aos sábados

“Devemos nos manter atentos, coesos e mobilizados, senão os bancos voltarão a funcionar aos sábados, como era antigamente”, disse o vereador Marcos Henriques (PT), autor do pedido de voto de repúdio

A Câmara Municipal de João Pessoa aprovou no dia 29 de maio um voto de repúdio à abertura de agências do banco Santander aos sábados.

O vereador Marcos Henriques (PT), autor do voto de repúdio, denunciou que o banco tomou a medida sem sequer comunicar antecipadamente a representação dos funcionários. “O movimento ficou sabendo por meio de um vídeo enviado diretamente aos funcionários, no qual o presidente da instituição no Brasil, Sergio Rial, disse que iria abrir agências aos sábados para fomentar a ‘educação financeira familiar da população brasileira’”, afirmou.

Segundo o vereador, que também é diretor do Sindicato dos Bancários da Paraíba e líder da oposição naquela casa legislativa, sob o artifício de prestar educação financeira para clientes, o banco espanhol convida seus funcionários a se apresentarem como “voluntários” para trabalhar aos sábados, contrariando o acordado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, vigente até 2020.

Para Henriques, é inadmissível a decisão unilateral da direção do Santander de instituir a abertura das agências aos sábados. “Achando pouco a prática do assédio moral, através da pressão pelo atingimento de metas cada vez mais abusivas, a direção do banco espanhol se acha no direito de abrir agências aos sábados e usar o trabalho gratuito, sob o disfarce de ‘voluntariado’, ferindo a Convenção Coletiva de Trabalho”. Ele lembra que o banco recorreu até ao artifício do interdito proibitório para impedir que o movimento sindical defendesse os direitos da categoria.

Protestos em todo o país

Em todos os estados, sindicatos dos bancários realizam protestos nas agências escolhidas pelo banco para abrirem aos sábados. Por cinco finais de semana consecutivos, desde que o banco resolveu abrir 29 agências aos sábados, as manifestações esclarecem os funcionários “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados e informam a população sobre as tarifas e juros cobrados pelo banco.

A legislação brasileira proíbe a atividade bancária aos sábados, domingos e feriados. “O banco espanhol tem usado a desculpa de que se trata de ‘trabalho voluntário’ e que não há funcionamento da agência. Nunca vimos trabalho voluntário para o próprio empregador. Isso tem outro nome”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Mario Raia.

Para Mario, o banco teria outra forma de ajudar a população a resolver os problemas financeiros. “Deveria reduzir suas taxas e tarifas. O banco cobra muito mais dos brasileiros do que dos clientes de sua sede na Espanha e de outros países”, afirmou, lembrando de uma reportagem publicada pelo Jornal do Brasil, a qual mostra que o banco cobra até 1.761% a mais dos brasileiros do que dos espanhóis pelos mesmos serviços realizados. A reportagem mostra também que, em empréstimos, o banco chega a cobrar até 20 vezes mais dos brasileiros do que dos espanhóis.

“Devemos nos manter atentos, coesos e mobilizados, senão os bancos voltarão a funcionar aos sábados, como era antigamente”, concluiu o vereador Marcos Henriques.

Fonte: Contraf-CUT, com informações do Seeb-PB

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