Bancários resistem e mantêm fechadas agências do Santander

Atividades em frente às agências esclareceram “voluntários” e a população sobre riscos do trabalho aos sábados e sobre altas taxas e tarifas praticadas pelo banco
Bancários realizam atividade em frente à agência do Santander do Calçadão, em Jundiaí - SP

Sindicatos dos bancários de todo o país se mantêm firmes no propósito de evitar a abertura das agências do Santander aos sábados. Com protestos e esclarecimentos à população e aos funcionários “voluntários”, as agências ficaram fechadas pelo quinto final de semana seguido.

“Durante a semana o banco soltou um comunicado interno citando duas agências que se destacaram pelo o número de ‘orientações financeiras’. Não passa de marketing de incentivo. As agências ficam fechadas. Quando abrem, ficam às moscas e logo em seguida todos são dispensados”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, que é funcionário do Santander. “Se houve êxito, o banco não teria apelado para o interdito proibitório e para o reforço do policiamento”, completou.

O banco acionou a Justiça para impedir que os sindicatos realizem as atividades em frente às agências.

“Para nós, trata-se de uma prática antissindical. Estamos apenas exercendo nossa ação sindical, que é garantida pela Constituição”, criticou Mario Raia.

Esclarecimentos

As atividades na frente das agências esclareceram os funcionários “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados e informaram a população sobre as tarifas e juros cobrados pelo banco.

A legislação brasileira proíbe a atividade bancária aos sábados, domingos e feriados. “O banco espanhol tem usado a desculpa de que se trata de ‘trabalho voluntário’ e que não há funcionamento da agência. Nunca vimos trabalho voluntário para o próprio empregador. Isso tem outro nome”, observou o dirigente da Contraf-CUT.

Para Mario Raia, o banco teria outra forma de ajudar a população a resolver os problemas financeiros. “Deveria reduzir suas taxas e tarifas. O banco cobra muito mais dos brasileiros do que dos clientes de sua sede na Espanha e de outros países”, afirmou, lembrando de uma reportagem publicada pelo Jornal do Brasil, a qual mostra que o banco cobra até 1.761% a mais dos brasileiros do que dos espanhóis pelos mesmos serviços realizados. A reportagem mostra também que, em empréstimos, o banco chega a cobrar até 20 vezes mais dos brasileiros do que dos espanhóis.

Fonte: Contraf-CUT

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