Unibanco: bancários em risco após mais um incêndio em São Paulo

São cerca de 800 funcionários, quase todos executando serviços para o Unibanco (mais de 100 deles são efetivamente funcionários do banco), em três andares de um edifício da Fidelity na Avenida São João, no Centro de São Paulo. Lá funciona uma das unidades da empresa, uma das principais terceirizadas de serviços bancários do Brasil.

Na noite desta quarta-feira, dia 2 de janeiro, mais um incêndio aconteceu no local. Por volta das 21h, o fogo surgiu no setor de preparação do Unibanco, na sobre-loja, assustando os funcionários e provocando corre-corre.

“Foram dois incêndios em 2007 e este ano já iniciou com mais uma ocorrência. Acreditamos que o fogo começou na parte elétrica, pois estava chovendo naquela noite e sempre que chove há problemas graves de infiltração de água pelo teto”, denuncia o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionário do Unibanco Antonio Alves de Souza, o Toninho.

Alarme – Segundo funcionários que estavam no local, a empresa não acionou o alarme de incêndio e os trabalhadores dos outros andares não foram avisados sobre o risco que corriam, seguindo normalmente seu trabalho enquanto o incêndio era debelado.

O descaso com a situação das infiltrações e da parte elétrica aparece em outros setores. Contrariando a lei, a unidade não possui Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), brigada de incêndio, nem saída de emergência. “Dado o tamanho do prédio e o número de funcionários, o local deveria contar até mesmo com um bombeiro em tempo integral. A empresa incorre em crime ao não se preocupar com as questões mais básicas de segurança”, afirma Toninho.

Responsabilidade – O dirigente sindical lembra que a responsabilidade do banco com as condições de segurança no local vai além dos bancários que têm carteira assinada com o Unibanco e que trabalham no local. “A lei é clara quando define que o contratante do serviço terceirizado é co-responsável por qualquer irregularidade cometida pela contratada, sendo muitas vezes responsabilizado pelo pagamento de passivos trabalhistas. O Unibanco precisa tomar uma atitude urgente com relação ao problema. Já foram três incêndios, que por milagre não deixaram vitimas. Será que o banco vai esperar uma desgraça para se mexer?”, questiona.

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