Seminário da OIT discute políticas de emprego e igualdade

Ocorreu nos últimos dias 26 e 27, em São Paulo, o Seminário Bipartite Políticas de Emprego e Igualdade, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). As diretoras da Contraf-CUT Arlene Montanari, Neide Fonseca e Deise Recoaro realizaram apresentações no evento. O seminário visa propiciar troca de informações e experiências entre trabalhadores e empregadores sobre o avanço de projetos e política para a promoção da igualdade de gênero e raça em nível nacional e internacional.

A secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT Arlene Montanari participou do painel “Formação Profissional e Programas de Diversidade na Empresas”. Na condição de comentadora, Arlene rebateu afirmação do representante da Febraban, Mario Sérgio Vasconcelos, de que o Programa Diversidade seja iniciativa da entidade patronal. Arlene falou sobre a importância da mobilização do movimento sindical para atingir essa meta, especialmente por conta da pesquisa O Rosto dos Bancários, que chamou a atenção do Ministério Público do Trabalho para a questão. “Nós, empregadores e empregados, estamos juntos nessa jornada, devido ao nosso grande interesse no resultado dessa pesquisa. Trata-se de uma reivindicação antiga do sindicalismo, a auditoria da diversidade”, explicou Arlene.

A diretora da Contraf-CUT e presidente da Uni Américas Mulheres Neide Fonseca participou do painel “Políticas de Emprego e Igualdade de Gênero e Raça/Etnia e Evolução Recente do Emprego Formal no Brasil: avanços possibilidades e desafios”. Em sua apresentação, Neide destacou a importância de se negociar cláusulas que visem modificar as causas da discriminação, não suas conseqüências. “Só assim conseguiremos avançar na questão”, sustenta.

A secretária de Formação Sindical da Contraf-CUT Deise Recoaro representou a CUT na Conferência Central “Políticas de Emprego e Igualdade de Oportunidades de Gênero e Raça/Etnia nas Agendas Nacional de Trabalho Decente e Hemisférica”, substituindo Rosane da Silva, Secretária de Política Sindical. Em seu comentário, chamou a atenção para a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, no sentido de que este realiza um trabalho menos qualificado e de baixa tecnologia. Isso tem barateado os salários, levando a um nivelamento por baixo na redução das desigualdades de gênero e raça.

Deise elencou algumas reivindicações da CUT que podem ajudar a modificar essa situação. “É preciso criar um programa voltado para a qualificação e promoção deste trabalhador, com investimento em tecnologia”, explicou. Outros pontos seriam a redução da jornada de trabalho e o fim das horas-extras. Um fator que contribui muito para baixa produtividade é a alta rotatividade de trabalhadores, que no Brasil é uma das mais altas do mundo. “Quando o trabalhão começa a adquirir experiência, é substituído por outro”, explica Deise. Para ela, uma barreira para isso seria a ratificação da Convenção 158 da OIT, que inibe a demissão imotivada de trabalhadores.

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