Petroleiro da Bahia é eleito ao Conselho de Administração da Petrobras

O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Deyvid Bacelar, foi eleito para ser o novo representante dos funcionários no Conselho de Administração da Petrobras. O Sindipetro-BA é filiado à CUT.

Bacelar, 34 anos, apoiado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), terá mandato de 1 ano. Ele venceu com 6.864 votos (57,83%). O atual representante dos trabalhadores no conselho, Sílvio Sinedino, obteve 5.006 votos (42,17%). A eleição teve 11.870 votos válidos, 112 brancos e 264 nulos.

A votação de segundo turno foi eletrônica, com sistema auditado pela empresa Deloitte, e ocorreu entre os dia 31 de janeiro e 8 de fevereiro. No primeiro turno, concorreram 138 empregados e nenhum dos candidatos obteve maioria absoluta.

“O representante eleito iniciará suas atividades a partir da primeira reunião do Conselho de Administração, após a Assembleia Geral Ordinária, prevista para abril”, informou a Petrobras, em comunicado.

É a quarta vez que um empregado é eleito para o conselho com a função de representar funcionários. Já ocuparam um assento no conselho Sílvio Sinedino Pinheiro (eleito em 2012 e 2014) e José Maria Ferreira Rangel (eleito em 2013).

A FUP e seus sindicatos agradeceram a confiança depositada ao candidato apoiado pela Federação e, se compromete em dar prosseguimento ao trabalho iniciado por José Maria Rangel no conselho, ou seja, em continuar a verdadeira defesa dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, não só nas questões relacionadas às condições de trabalho e corporativas, mas também em âmbito nacional, com firmeza na defesa da honra e honestidade da categoria petroleira.

O conselho da Petrobras é formado por dez membros, sendo sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações ordinárias, um pelos acionistas de preferenciais e um pelos empregados.

Alívio

O conselheiro eleito afirmou nesta segunda-feira (9) que considerou um “alívio” a escolha de Aldemir Bendine – até então presidente do Banco do Brasil – para a presidência da Petrobrás.

“Houve um alívio em o mercado não ter determinado o presidente”, afirmou Bacelar ao G1. “A maioria da categoria, com certeza, não iria se sentir à vontade com a escolha de um nome escolhido pelo mercado. As pessoas mais antigas sabem muito bem o que era ter na presidência da empresa pessoas com teorias ou ideologias neoliberais”, acrescentou. “A crítica no processo fica no sentido de que poderia ter tido uma maior participação dos trabalhadores”, completou.

A posição do representante dos funcionários é diferente da do atual conselheiro dos empregados da Petrobras no conselho, Sílvio Sinedino, que votou contra a eleição de Bendine, criticando as “indicações políticas” na companhia.

A nomeação do novo conselheiro acontece em um dos momentos mais delicados já enfrentados pela petroleira estatal, quando executivos e ex-executivos são acusados de participar de um esquema de corrupção que teria desviado recursos da empresa para subornar pessoas e favorecer partidos políticos.

Eleito defende papel social da Petrobras

Ao contrário das críticas feitas pelos acionistas minoritários, Bacelar não vê excessos na influência do governo federal na Petrobras.

“O governo federal é o acionista majoritário, consequentemente vai ter uma influência maior no processo decisório, principalmente quando se observa que a Petrobras não tem o objetivo de apenas obter lucro. Há também um papel social”, afirmou Bacelar.

O representante eleito pelos funcionários não vê problemas nos número da companhia, como o alto endividamento e perda de valor de mercado. Bacelar tem como uma de suas principais bandeiras o resgate da imagem da Petrobras.

“Os resultados operacionais são os melhores do mundo hoje. Não houve petrolífera que cresceu tanto quanto a Petrobras”, disse ele. “A prioridade urgente, urgentíssima, é a empresa voltar a se comunicar com a sociedade. A empresa deixou de informar seus grandes feitos e sua grande importância para o país”, acrescentou.

O eleito pelos funcionários promete ainda defender o pagamento imediato da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que foi atrasado em razão dos adiamentos da divulgação do balanço auditado da companhia.

“A previsão do pagamento ainda está imprevisível”, destacou Bacelar, que promete um diálogo contínuo com trabalhadores por meio de redes sociais, emails, blog e visitas pessoais às principais bases da companhia.

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