No Brasil inteiro, trabalhadores fazem greve contra a emenda 3

(São Paulo) Trabalhadores do Brasil inteiro realizaram nesta terça-feira, dia 10, uma série de manifestações e paralisações numa greve de advertência contra a emenda 3. Os bancários engrossaram os protestos e promoveram atividades nos quatro cantos do país.

 

“As manifestações foram muito forte e a mobilização dos bancários foi um exemplo de como os trabalhadores estão atentos contra esta emenda 3. A categoria está de parabéns e mostrou união e força no país inteiro”, comentou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

 

O Congresso Nacional deve votar nos próximos dias o veto do presidente Lula à emenda 3. Se for derrubado, a medida pode acabar com vários direitos trabalhistas, como férias, 13º salário, licença-maternidade, vale-transporte e alimentação, FGTS.

 

“Agora é continuar acompanhando a tramitação do veto e lutar para que ele seja mantido. A mobilização deve se dar principalmente com o envio de e-mails para os parlamentares que votaram à favor da emenda 3”, ressalta Vagner Freitas.

 

Os contatos dos deputados podem ser acessados aqui e dos senadores aqui.

 

São Paulo

O Centro Velho de São Paulo amanheceu com os bancários na rua. Apesar do friozinho da manhã, os trabalhadores participaram e ouviram atentamente as informações do Sindicato sobre os riscos para o emprego que a Emenda 3 representa. Os bancários retardaram o início das atividades até as 10h30. Foram 29 locais parados nesta terça-feira (25 agências e quatro concentrações), onde trabalham cerca de 5 mil pessoas.

Em São Bernardo do Campo, os bancários do principal corredor financeiro – a rua Marechal de Deodoro – atrasaram em uma hora a abertura das agências. O protesto, organizado pelo Sindicato dos Bancários do ABC, envolveu trabalhadores do Banco do Brasil, Santander Banespa, Unibanco, Bradesco, Caixa Federal e Itaú, entre outros. Ao todo cerca de trinta agências estiveram paralisadas. Às 10h, cerca de duzentos e cinqüenta bancários participaram de ato e votação simbólica em frente à igreja Matriz, reiterando a repulsa à derrubada do veto presidencial. O único incidente durante o protesto ocorreu com o banco Bradesco que novamente quis impedir a participação dos funcionários que, mesmo assim, estiveram presentes na manifestação. "Essa emenda nada mais é do que uma estratégia das empresas para tirar direitos trabalhistas", denunciou a presidente do Sindicato, Maria Rita Serrano.

 

O Sindicato dos Bancários de Araraquara realizou manifestações em todas as agências da região central da cidade com discursos e entrega de material aos bancários e clientes. O público se mostrou surpreso diante dos esclarecimentos da diretoria do Sindicato e apoiou a manifestação. A diretoria do Sindicato orientou os cidadãos a cobrarem dos parlamentares eleitos da região uma plena defesa dos direitos dos trabalhadores.

 

Em Assis, desde as 8 horas da manhã, sindicalistas bancários colocaram faixas em frente ao Banco do Brasil informando sobre a emenda 3 e começaram a distribuir os panfletos juntamente com sindicatos de outras categorias esclarecendo os prejuízos que pode vir a causar na vida dos trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Bancários de Assis, Hélio Paiva Matos, explicou sobre a emenda 3 a todos os trabalhadores que se encontravam em frente ao banco. Não houve paralisação. O protesto foi até às 11h, com carro de som e a presença da imprensa local. A manifestação foi tranqüila e positiva.

 

Os bancários de Catanduva também protestaram contra a emenda 3. Diretores do Sindicato percorreram os bancos da cidade distribuindo panfletos sobre o assunto e alertando clientes e bancários sobre seus direitos e a importância de se manter o veto à emenda 3.

 

O Sindicato dos Bancários de Barretos e Região se movimentou e organizou um  manifesto nesta terça-feira nas agências bancárias durante o horário de expediente. O presidente da entidade, Marco Antonio Pereira condenou a medida.  “A emenda 3 da Super-Receita tenta fazer uma reforma trabalhista, transformando os empregados em pessoas jurídicas e assim, abrindo brecha às empresas para não assinarem a carteira de trabalho e cumprir com uma série de obrigações trabalhistas”, disse o dirigente.

 

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, cerca de quarenta agência ficaram paralisadas até as 11 horas, com quase 3 mil bancários em protesto. A paralisação se estendeu por toda a Avenida Rio Branco, principal avenida do centro da cidade. Foram distribuídos 15 mil panfletos durante a paralisação  Às 12 horas aconteceu um ato no Largo dos Bancários, com esquete do Grupo Cia Emergência Teatral convocado pela CUT.

 

Os sindicatos de Petrópolis, Sul Fluminense e Teresópolis também enviaram representantes à atividade. Na Baixada, em Friburgo, Itaperuna e Três Rios os sindicatos também realizaram panfletagens na base, entre os bancários e os clientes, sendo que em Friburgo a atividade estendeu-se à população em geral.

 

Em Campos, a diretoria do Sindicato dos Bancários, em conjunto com outras categorias, promoveram no centro financeiro uma grande manifestação, com panfletagem e carro de som. Foi tirado ainda um documento oficial destes Sindicatos para ser enviado a todos os deputados federais da região, pedindo a manutenção do veto presidencial.

 

Ceará  

O Sindicato dos Bancários do Ceará engajou-se na programação promovida pela CUT/CE e os demais sindicatos filiados à Central para protestar contra a emenda 3. Uma série de paralisações, mobilizações e atos de rua  foi realizada. A Central estadual organizou uma manifestação no aeroporto da cidade, para pressionar os parlamentares que partem para Brasília. Além disso, promoveu um grande ato público na Praça do Ferreira (centro de Fortaleza), contando com o engajamento de diversas entidades representativas de trabalhadores (incluindo o Seeb CE) e movimentos sociais organizados.

 

Acre 

O Sindicato dos Bancários do Acre realizou na manhã desta terça-feira, no Centro de Rio Branco, um ato público, onde o objetivo era informar a sociedade os risco que a emenda 3 pode representar para os trabalhadores. Na atividade, a direção do Sindicato distribuiu cerca de 3 mil panfletos. O ato contou com a simpatia de populares, principalmente dos aposentados e clientes de diversas agências de bancos públicos e privados. Para o aposentado Francisco Paulo, a emenda 3 não pode ser aprovada, pois ela provocará enormes prejuízos a classe trabalhadora, acabando com direitos trabalhistas que foram conquistados durante décadas pelos trabalhadores.

 

A presidente do Sindicato, Edjane Batista, declarou que a manifestação tinha como objetivo principal alertar a sociedade dos perigos que a Emenda 3 poderá trazer aos futuros contratos de trabalho, onde o grande prejudicado será mais uma vez o trabalhador.

 

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso, os bancários retardaram até o meio dia a abertura de sete agências bancárias (Banco da Amazônia, Banco do Brasil, HSBC, ABN Real, Itaú, Sudameris e Unibanco) localizadas no centro financeiro de Cuiabá. “Entregamos panfletos explicativos sobre os prejuízos que a aprovação da emenda 3 poderão acarretar aos trabalhadores brasileiros, inclusive aos bancários”, afirma o presidente do Seeb MT, Eduardo Alencar.  Apesar do atraso para a abertura das agências bancárias, a população entendeu toda a importância e a necessidade desse protesto que é uma das formas de se evitar a alteração das leis trabalhistas. No período da tarde, os bancários se juntaram aos trabalhadores de diversas categorias e, encabeçados pela Central Única dos Trabalhadores, às 13 horas partiram em passeata da Praça Alencastro, passando pelas ruas do centro de Cuiabá.

 

Em Mato Grosso do Sul, os bancários de Dourados cruzaram os braços em todas as dezoito agências da cidade e retardaram suas aberturas em uma hora. Depois de várias entrevistas em rádios, televisões, jornais impressos e virtuais, a população douradense entendeu o recado dado pelos bancários e aceitaram pacificamente que a manifestação perdurasse o tempo proposto. Após a abertura das agencias, o Sindicato ainda deixou nas portas dos bancos faixas alertando a população sobre os riscos da aprovação da emenda 3.

 

Bahia

Os bancários e outros trabalhadores baianos realizaram uma grande passeata pelas ruas do centro de Salvador. Partindo do Campo Grande, os manifestantes seguiram pela avenida Sete de Setembro, munidos de faixas e carros de som, a fim de chamar a atenção da sociedade para o risco que correm os trabalhadores de todo o país, caso o veto a emenda 3 não permaneça. Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Euclides Fagundes, a mobilização evidencia que os trabalhadores estão atentos à proposta nociva. Para finalizar a passeata, os manifestantes simularam um enterro simbólico da emenda 3 em frente a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), na Avenida Sete, no centro de Salvador. 

 

Em Cariri, os bancários juntamente com outras entidades e movimentos populares da região realizaram manifestação com distribuição de panfletos a população. Além de Cariri, os bancários percorreram as cidades vizinhas de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.

 

O Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região realizou às 10h manifestação pública na praça Adami, centro da cidade. Foi distribuído uma carta aberta à população alertando sobre os perigos da emenda 3, como também o boletim da Contraf-CUT e da CUT Nacional.

 

Porto Alegre

Munidos de bandeiras, faixas e muita garra, os bancários de Porto Alegre (RS) marcharam a partir das 7h30 da Praça Pinheiro Machado, que fica na esquina das avenidas Farrapos e Brasil, até o prédio da Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul), na avenida Mauá, no centro da capital gaúcha. Os dirigentes sindicais promoveram um ato público, protestando contra a postura das entidades empresariais.

"Nós não aceitamos a Emenda 3 e vamos combater essa jogada do poder econômico, através do parlamento, reforçando a luta e a unidade dos trabalhadores", destacou o presidente do Sindicato dos Bancários, Juberlei Bacelo. "A Emenda 3 visa realizar três reformas ao mesmo tempo (a trabalhista, a sindical e a previdenciária), retirando direitos dos trabalhadores, o que é inaceitável", enfatizou o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, que também criticou a posição dos empresários em relação ao piso regional.

 

Após a manifestação na Federasul, a caminhada prosseguiu até o prédio da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), localizado na avenida Mauá. A CUT-RS protocolou um documento, reiterando a posição contrária da Central em relação à Emenda 3 e reivindicando a realização de concurso público para a contratação de fiscais e uma melhor qualificação e valorização dos serviços e servidores públicos.

O documento foi entregue em mãos para a titular da DRT, a bancária Neuza de Azevedo, que veio ao encontro dos trabalhadores. "Estamos na mesma trincheira de luta contra a Emenda 3", discursou a delegada. A atividade foi encerrada às 11h.

 

Mais tarde, às 12h, diretores do Sindicato dos Bancários e da Federação dos Bancários do RS distribuíram jornais da CUT, em frente aos prédios do Banrisul e da Caixa Econômica Federal, mostrando os prejuízos que a emenda 3 pode ocasionar aos trabalhadores em caso de rejeição do veto presidencial. Os bancários também pediram o envio de e-mails aos deputados e senadores, pressionando-os para que votem pela manutenção do veto.

 

Brasília

Cerca de 150 sindicalistas realizaram ato no Aeroporto de Brasília. Os manifestantes entregaram uma carta aos parlamentares que chegavam pedindo a manutenção do veto. À tarde, os sindicalistas visitaram a bancada do Distrito Federal para entregar o documento.

 

Fonte: Contraf-CUT e sindicatos

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