Marcha das Mulheres Negras denunciará racismo e violência de gênero

Os bancários e bancárias de todo o País estão convidados a participar da primeira Marcha das Mulheres Negras, que acontece em Brasília, na próxima quarta-feira (18). O ato, que celebra o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), denunciará o racismo, a violência, o sexismo e o avanço das forças conservadoras, além de cobrar o fim do genocídio da juventude negra, das revistas vexatórias em presídios e agressões.

O evento também vai reivindicar o fim do genocídio da juventude negra, o fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões contra as mulheres negras. Clique aqui e veja o vídeo de apresentação do evento.

A marcha, composta por diversas entidades do movimento negro e social, entre elas, a Central Única dos trabalhadores (CUT), que vai apresentar um documento com reivindicações das mulheres negras e quilombolas. Segundo a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, alguns capítulos do documento serão voltados para o mundo do trabalho.

“É um documento questionador sobre o papel das mulheres negras na sociedade e na economia, relacionado no desenvolvimento e no bem viver. É um momento lindo, importante, revolucionário porque nós mulheres negras somos a base do desenvolvimento do Brasil. Vamos nos levantar contra as injustiças e o racismo para que esse País reconheça seu valor e distribua sua riqueza construída por nós”, destacou a dirigente.

Para a secretária de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Nogueira, a marcha irá ampliar o protagonismo das mulheres negras em suas reivindicações. “Estaremos à frente da construção de todo o processo e vamos discutir com as autoridades a nossa pauta que inclui nossa visibilidade e identidade. Por um modelo de desenvolvimento que inclua a população negra principalmente na geração de mais e melhores postos de trabalho para homens e mulheres negras”, afirmou Julia.

Sobre as pautas conservadoras que atingem os direitos das mulheres que avançam na Câmara com aval do presidente, Eduardo Cunha, a secretária nacional das Mulheres Trabalhadora da CUT, Junéia Martins, disse que as mulheres negras serão as mais atingidas.

“Por mais que a gente faça um debate de que é para todas as mulheres, em primeiro lugar sempre vai atingir mais as mulheres negras. Agora com essa edição da Marcha das Mulheres Negras, a luta é visibilizar o preconceito, a violência, o não respeito às mulheres no mercado de trabalho, em especial as mulheres negras porque além de sofrer machismo como todas nós, também o racismo”, concluiu a dirigente.

Censo mostra que desigualdade persiste nos bancos

Vale lembrar que as mulheres continuam ganhando menos que os homens nos bancos e que os negros ainda são minoria, segundo dados completos do II Censo da Diversidade, fornecidos ao movimento pela Fenaban, em 2014.

“A quantidade de negros, por exemplo, passou de 19,3% em 2008, ano do primeiro censo, para 24,9% este ano, mas sem saber se esse avanço de 5,6 pontos percentuais se deve a concursos públicos ou contratações em bancos privados não temos como propor ações para avançar ainda mais”, questionou Almir Aguiar, secretário de combate do Racismo da Contraf-CUT.

Ele ainda cobra o recorte sobre a situação das mulheres negras no banco. Quanto aos homens negros, aumentou o número com curso superior: eram 59%, em 2008, e passaram a 74,5%, em 2014.

Desigualdade de gênero – As bancárias têm qualificação profissional superior a dos homens. No primeiro levantamento, 71,2% das mulheres tinham curso superior completo e acima, no atual subiram para 82,5%. Para os homens, esse aumento foi de 64,4% para 76,9%.

Mas as mulheres continuam ganhando menos que os homens: em 2008 o rendimento médio mensal delas em relação ao dos homens era de 76,4%, agora é de 77,9%. Ou seja, nesses seis anos avançou apenas 1,5 ponto percentual.

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