Mais de 800 participam da abertura da Conferˆncia Nacional

(São Paulo) Depois de “aquecerem as turbinas” em quatro encontros setoriais, dirigentes sindicais do país inteiro realizaram nesta quinta-feira à noite a abertura oficial da 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Até domingo, mais de oitocentos delegados sindicais discutirão as estratégias e definirão a pauta de reivindicações para a Campanha Nacional 2006.

 

“Nossos próximos meses serão de enfrentamento com os bancos. Será uma Campanha duríssima, mas os bancários estão acostumados com as dificuldades. Nossa Campanha será para conquistar e, se não houver negociações sérias, faremos greve como fizemos nos últimos anos”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

 

Vagner destacou alguns eixos importantes, como aumento real de salários, PLR mais justa, fim do assédio moral e igualdade de oportunidades. “Os bancários sabem que podem arrancar muito mais do que os patrões querem dar. Nossa categoria continuará fazendo história”. Ele ressaltou ainda a importância da Contraf-CUT na organização dos trabalhadores do ramo financeiro. “Estamos trabalhando para representar mais de 1 milhão de trabalhadores que hoje prestam serviço para os bancos, mas que estão à margem de nossa Convenção Coletiva Nacional”, completou.

 

Além de dirigentes que compõem o Comando Nacional, a abertura solene da Conferência Nacional contou também com a presença de autoridades e lideranças políticas do país.

 

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Ricardo Berzoini, lembrou dos seus tempos de militância no movimento sindical. Um dos fundadores do antigo Departamento Nacional dos Bancários (DNB), Berzoini se disse orgulhoso de participar da abertura da primeira Campanha realizada pela Contraf-CUT.

 

“Quando os bancários decidiram lutar pela organização nacional e romper de vez com a confederação oficial, eu me enchi de coragem para lutar, mas confesso que também senti medo. Hoje, quatorze anos depois de fundarmos a Confederação dos Bancários, me dá orgulho ver nascer uma Confederação que representa todos os trabalhadores do sistema financeiro nacional”, revelou Berzoini.

 

Para o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, a luta que os trabalhadores do ramo vão iniciar, agora, não é uma simples batalha classista. “O Sistema Financeiro Nacional dita hoje todo o sistema. O capital perpassa as fronteiras e domina o mundo da forma que conhecemos. Portanto, a luta de vocês é a luta de todos nós, pois ela enfrenta o poder econômico. É com essa luta que poderemos transformar a sociedade. Transformação que só é possível com mobilização”, ressaltou Renato Rabelo.

 

O atual momento político do Brasil também não foi deixado de lado na abertura da Conferência. Wagner Gomes, vice-presidente da CUT, disse que as eleições presidenciais deste ano colocam em lados opostos dois tipos de projetos: “um encampado por Lula e os movimentos sociais e, do outro lado, o que há de mais nefasto na política brasileira. Não há uma terceira opção”.

 

Para Juberlei Bacelo, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, nessas eleições o brasileiro não pode permitir que haja retrocesso, “com o retorno dos que privatizaram e retiraram direitos dos trabalhadores. Mas não basta evitar o retrocesso, nós precisamos aprofundar as mudanças e construir uma agenda positiva para avançar em nossos direitos”.  Para a Campanha Nacional dos Bancários, Juberlei destacou que a “expectativa é a unificação da categoria, mas sem sufocar os anseios dos trabalhadores”.

 

Já o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, falou que a Campanha Nacional deste ano é o coroamento de uma estratégia vitoriosa que os bancários definiram há três anos. “A Campanha conjunta de funcionários de bancos públicos e privados trouxe muitos ganhos para os bancários. Este ano, temos a possibilidade real de o Banco do Brasil e a Caixa estarem efetivamente na mesa da Fenaban. Isto mostra o acerto da estratégia de unificação da categoria. Agora, temos que brigar pela unificação dos trabalhadores do ramo financeiro”, disse.

 

Para que a Campanha Nacional seja vitoriosa, Aparecido Roveroni, da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, destacou a importância de se fazer uma boa Conferência. “Temos que aprofundar os debates nesses dias e definir as estratégias para melhorarmos os salários e as condições de trabalho dos bancários”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

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