Empregos em jogo no ABN/Real

(São Paulo) No final do mês passado, a Contraf-CUT participou na Escócia de uma reunião com o consórcio de bancos interessados na compra do ABN. Numa reunião de 80 minutos, o RBS da Escócia, Fortis de Bélgica e o Santander da Espanha confirmaram a demissão de 19 mil bancários, caso o negócio se concretize.

“Estamos trabalhando com a possibilidade real de demissões no Brasil. Os representantes dos bancos falam que vão respeitar os acordos e as legislações de cada país no que se refere ao tema emprego por dois anos, mas é importante destacar que no Brasil não existe acordo específico sobre essa questão. Mesmo a nossa legislação garante, no máximo, o seguro desemprego, bem diferente dos países centrais da Europa que pelo seu passado de luta têm um sistema de proteção bastante abrangente. Somente a nossa demonstração de força e organização poderá garantir o estabelecimento de algum acordo neste sentido”, explica Deise Recoaro, que representou os bancários brasileiros na reunião.

A UNI, central sindical mundial à qual a Contraf-CUT é filiada, foi a responsável pelo encontro entre os trabalhadores e os bancos do consórcio. Segundo as empresas, se a compra der certo elas pretendem dividir o ABN Amro e fundir suas operações nos três bancos.

A UNI Finanças, representada por Oliver Roethig, está pressionando para assegurar que as melhores práticas prevaleçam de modo que os países com poucas proteções sociais não seja penalizados. No Brasil, por exemplo, Santander e ABN Amro têm uma presença substancial e a fusão poderia afetar os trabalhos em ambas as operações e acender uma concentração do setor de operação bancária no país. Por conta disso e pela aguerrida defesa feita pela diretora da Contraf-CUT na reunião com os bancos, os trabalhadores brasileiros foram destaques das discussões com o consórcio, conforme destacou a própria UNI em seu boletim.

Além de Deise Recoaro, participaram da reunião representando os trabalhadores Oliver Roethig, da UNI Suíça; Rob MacGregor, do sindicato do Reino Unido; Fred Polhout, da FNV Holanda; Angelo DiCristo, FABI Itália; Javier Giraldo, COMFIA-CC.OO Espanha e Luc Broos, LBC-NVK Bélgica. Pelos bancos estavam Fred Goodwin e Neil Roden, chefe Executivo e chefe de Recursos Humanos do RBS; Jan van Rutte, membro da executiva do presidente do banco Fortis; a diretora executiva do Santander, Sinead O’Connor; e Ana Bolado, diretora de Recursos Humanos também do Santander.

Contraf-CUT

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