Campanha “Mais Bancários, Menos Filas” é lançada em Belém

Chega de filas quilométricas, de banqueiros cada vez mais ricos com a exploração da mão de obra dos bancários e de clientes insatisfeitos com serviços precários nas agências e postos bancários. Esse foi o tom das intervenções feitas pela diretoria do Sindicato dos Bancários PA/AP no lançamento da campanha “Mais Bancários, Menos Filas”, realizado na manhã de quinta-feira (15), na rua XV de novembro, um dos principais corredores financeiros de Belém.

A união entre bancários e clientes para mudar essa realidade foi o principal apelo feito durante o ato. “Essa campanha que estamos lançando é uma proposta de parceria com a sociedade para fazer com que o lucro dos Bancos seja revertido para a contratação de mais bancários e assim, diminuir as filas e a demanda de trabalho dos bancários. A culpa da precarização do atendimento em postos e agências bancárias é dos banqueiros e a população precisa saber disso para saber de quem deve cobrar seus direitos “, afirma Alberto Cunha (Betinho), presidente do Sindicato dos Bancários PA/AP.

A atividade contou com a animação da charanga Carnavial e da Entre Atos Companhia de Arte, com os palhaços Farinha, Bufo e Boop.

Denuncias – Everton Silva, diretor administrativo da entidade, denunciou em números os lucros astronômicos que os grandes bancos brasileiros têm obtido com a exploração do trabalho da categoria e extorsão de dinheiro dos consumidores com taxas e tarifas.

Ele conta que a principal fonte de faturamento das empresas bancárias são as tarifas, responsáveis em 2007 por um saldo positivo de R$ 55,975 bilhões aos cofres dos banqueiros, 17,7% a mais que em 2006. Outras fontes de lucros do setor citadas por Everton Silva são a carteira de crédito, que cresceu 27,6% e chegou a R$ 734,273 bilhões no final de 2007 e a cobrança de juros de empréstimos, que ano passado somou R$ 179,191 bilhões, alta de 17,4% na comparação com 2006.

“Agora nesse primeiro trimestre de 2008 os bancos voltam a bater recordes de lucros, basta ver os balanços recém divulgados do Bradesco [R$ 2,102 bilhões, crescimento de 23,3% sobre o mesmo período de 2007] e Unibanco [R$ 741 milhões, aumento de 27,5% em relação ao mesmo período em 2007]. Isso é fruto da exploração da mão de obra de bancários e bancárias e do rombo que é feito no bolso dos clientes com taxas e tarifas abusivas. Enquanto os banqueiros lucram, a sociedade paga a conta”, argumenta Everton.

Já o diretor Roberto Santiago fala que a sobrecarga de trabalho acumulado por bancários e bancárias diariamente traz sérias conseqüências à saúde. “A rotina estressante da categoria bancária é propícia a muitas doenças do trabalho, como a Ler/Dorth (por excesso de exercício repetitivo), depressão (sobretudo pelo assédio moral constante) entre outras. Isso é resultado do acumulo de funções que ocorrem pela falta de profissionais bancários nas agências”, comenta Roberto, que complementa: “esses profissionais não conseguem, muitas das vezes, cumprir seus 10 minutos de descanso por 50 trabalhados, o que é garantido por Lei, mas por conta da quantidade de trabalho e para não deixar os clientes e usuários mais insatisfeitos em longas filas, isso se torna praticamente impossível.

Valorização no Bradesco – O Sindicato aproveitou o lançamento da campanha Mais Bancários Menos Filas para reforçar a luta dos empregados do Bradesco por valorização profissional, pauta nacional da categoria. O ato foi feito em frente a agência da empresa na XV de novembro.

“Nossa campanha está na rua porque o Bradesco continua sendo o único a não apresentar proposta para o auxílio-educação e resiste a contrução de um Plano de Cargos e Salários. Eles se dizem o banco do planeta, só não sabemos de que planeta eles estão falando, deve ser algum onde não é preciso ter responsabilidade com os trabalhadores que contribuem para o crescimento da empresa e do país”, destaca Alessandra Mendonça, diretora do Sindicato dos Bancários PA/AP e empregada do Bradesco.

Dica importante – Bancários, usuários e clientes não devem se conformar com essa situação. É preciso denunciar. Por isso vão aí alguns contatos para os quais as denuncias referentes ao mau atendimento nas agências, ao descumprimento da lei de filas e à precarização do trabalho da categoria bancária podem ser encaminhadas:

Sindicato dos Bancários PA/AP: (91) 3344-7799
Secretaria Municipal de Economia (Secon – Belém): (91) 3073-3123 / 3132
Banco Central: 0800-979-2345

As atividades de rua da campanha serão feitas todas as quintas-feiras, em vários outros corredores financeiros de Belém.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram