Banco USB envolvido em novo escândalo

(Porto Alegre) O Banco UBS Pactual, escolhido como formador de mercado para as ações do Banrisul, está envolvido em mais um processo de irregularidades. Não bastasse o histórico que deixa ainda mais nebuloso o processo de abertura do banco dos gaúchos para os interesses privados, a instituição é um dos pivôs do escândalo apurado pela Polícia Federal.

“Não entendemos o motivo de o governo do Estado vender parte de um patrimônio público lucrativo, ainda mais colocar o gerenciamento do processo nas mãos de uma empresa sob investigação”, critica o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Fábio Alves.

Não bastassem os precedentes – a instituição é acusada de pagar fortunas a ex-políticos nos Estados Unidos para conseguir negócios de emissão da dívida pública em municípios norte-americanos – uma nova denúncia vem à tona.

As investigações da Polícia Federal que resultaram na Operação Kaspar 2 mostram que executivos do banco eram os responsáveis por apresentar os empresários brasileiros ao esquema de evasão de divisas controlado pela doleira Claudine Spiero.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de São Paulo, interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça Federal flagraram conversas entre Claudine e o executivo Luc Mark Depensaz, representante do banco suíço UBS, em que este contava à doleira que ia lhe enviar clientes que precisavam enviar divisas para o exterior. A ligação de Claudine com o UBS é evidenciada, segundo o Ministério Público Federal (MPF), pelo fato de ela ter conseguido empregar Daniel Spiero, seu filho, no banco. Daniel está foragido.

Depensaz foi preso na terça-feira, dia 6, em um hotel no Itaim Bibi, em São Paulo. Ele e outros executivos do UBS, como o foragido Marc Henri Dizerens, segundo as investigações, passavam temporadas no País captando clientes. Segundo a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, é muito provável que a direção das instituições investigadas no caso – UBS e Clariden Leu, da Suíça, e AIG, dos Estados Unidos – incentivassem suas práticas no Brasil.

“As instituições financeiras suíças aproveitam brechas em nossa legislação e tratam o Brasil como um quintal florido, um país emergente que vende informalidade e impunidade e é ótimo para a prática da evasão”.

É a este banco, cujo currículo não é nada idôneo, que caberá, por meio de sua corretora, manter ofertas de compra e venda diariamente e de forma contínua, contribuindo para elevar a liquidez e melhorar o processo de formação de preços das ações das empresas. “O Sindicato dos Bancários permanece atento a todos os desdobramentos relativos ao USB e continuará cobrando o afastamento do USB do processo de compra e venda de ações do Banrisul”, destaca Alves.

Fonte: Seeb PoA

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