Assaltante rouba R$ 20 mil do HSBC em Niterói

(Rio) A porta giratória da agência do HSBC no bairro do Barreto, em Niterói (RJ), não travou quando um assaltante entrou armado na unidade na manhã da última segunda-feira (19). O dispositivo só impediu a entrada do segundo ladrão, mas o primeiro a entrar rendeu o segurança e o forçou a liberar o acesso dos três comparsas.

Usando o vigilante como escudo, os bandidos renderam o outro guarda e se dirigiram ao segundo andar, onde ficam os caixas. Investigações preliminares concluíram que havia um quinto assaltante aguardando o bando do lado de fora, com o carro que foi usado na fuga. Uma funcionária da retaguarda foi agredida com um tapa na nuca e uma gerente de contas ficou sob a mira de armas durante toda a ação. Os assaltantes fugiram levando R$ 20 mil dos guichês. Nenhum suspeito foi preso.

Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos estão investigando o assalto, mas não há ainda nenhuma pista sobre os bandidos. Os agentes acreditam que a pistola usada pelo primeiro assaltante para render o vigilante seria uma Glock, feita em fibra de carbono, um tipo de plástico que é mais resistente que o aço usado em armas de fogo.

Bom exemplo
Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Niterói se dirigiram à agência assaltada assim que souberam do ocorrido para amparar os funcionários e acompanhar as providências tomadas pela empresa. Um diretor do HSBC também foi para o local, para observar o trabalho da polícia e tomar informações sobre o assalto. A surpresa foi a presença de uma psicóloga do banco, que conversou com os bancários para avaliar suas condições psicológicas. Constatado que todos estavam muito abalados, a profissional recomendou que o expediente da unidade fosse encerrado, o que foi prontamente acatado. Waldemiro Baptista da Silva, o Miro, diretor do Sindicato, estava no local e considera positiva a atitude do banco de dar liberdade à psicóloga para avaliar os empregados e fazer recomendações. “Quando um gestor vai até uma agência que acabou de ser assaltada, os bancários ficam intimidados e se dizem em condições de continuar trabalhando mesmo quando estão traumatizados. Neste assalto, eles só se abriram com a psicóloga, que pôde trabalhar com isenção e ética”, destaca o dirigente.

Quanto à emissão da CAT para as vítimas do assalto, ainda não há nada de concreto. O banco informou que seu departamento de RH vai avaliar esta possibilidade, mas somente para a bancária agredida e a que ficou sob a mira das armas dos bandidos. O Sindicato de Niterói já adiantou que, caso o banco não tome as providências necessárias, a entidade vai tomar a frente e emitir o documento.

É de plástico, mas atira de verdade
O objetivo da escolha da pistola Glock para a ação no HSBC no Barreto foi justamente entrar na agência sem ser barrado pela porta giratória para render o segurança e dar passagem aos comparsas. Mas a ação levanta a hipótese de que o detector de metais da agência poderia não estar em boas condições. “A arma é de plástico, mas a munição é de metal”, destaca um investigador da DRF. O policial informa que esta arma já é muito comum e que os bandidos usam diversos expedientes para burlar o equipamento de segurança dos bancos. Algumas vezes, o problema é falta de manutenção, já que o sistema pode apresentar problemas que a empresa não chega a detectar, mas o ladrão percebe e usa a informação para praticar os assaltos.

O fato é que os bandidos conhecem uma série de truques para fazer uma arma de fogo passar pelos detectores de metal da porta giratória. Uma das estratégias é descobrir o “ponto cego”: como o equipamento não pode analisar todo o corpo do cliente, deixando sempre uma área não escaneada, os bandidos descobrem que ponto é esse e escondem aí as armas usadas em ações. No caso de uma Glock, em que apenas a munição precisa ser disfarçada, fica ainda mais fácil.

Outra hipótese – que, se correta, revela um altíssimo grau de ousadia na ação – é de que o assaltante que entrou primeiro e rendeu o vigilante portasse uma arma descarregada. O sindicalista Miro é um que acredita nesta possibilidade. “O assaltante pode passar com a arma sem munição nenhuma e, dentro da agência, abrir passagem para os outros, rendendo o guarda”, especula o sindicalista.

Fonte: Feeb RJ/ES

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