Valor: ação do Santander dispara com oferta e CVM analisa oscilações

Valor Econômico
Daniele Camba e Vanessa Adachi, de São Paulo

As ações do Santander no Brasil dispararam no pregão da Bovespa com a notícia de que o banco se prepara para fazer uma oferta de ações, conforme informou o Valor em sua edição de ontem. Em sua edição de julho, a revista ValorInveste já havia informado que o Santander estudava realizar uma oferta no Brasil. As ações preferenciais (sem direito a voto) subiram 31,25% e foram a segunda maior alta da bolsa e as ordinárias (ON, com direito a voto) dispararam 25%. Mesmo depois do salto, os papéis valem centavos: R$ 0,21 e R$ 0,20, respectivamente.

Na manhã de ontem o Santander confirmou em comunicado que estuda uma oferta primária de ações, ou seja, um aumento de capital com venda de novos papéis a serem emitidos pelo banco no país. A fatia a ser vendida seria minoritária. Segundo o texto, a decisão não foi tomada e dependerá, entre outros fatores, das condições do mercado.

O Valor apurou que os assessores financeiros que coordenarão a oferta já foram contratados – Credit Suisse e Merrill Lynch. As ações hoje listadas na Bovespa são remanescentes do antigo Banespa, comprado pelo grupo espanhol em 2000, e têm baixa liquidez.

Além do salto no preço, ontem, o volume de negócios também explodiu. De R$ 192 mil transacionados na segunda-feira, ontem o volume atingiu R$ 7,3 milhões. Mas o que mais chama a atenção é o giro atipicamente alto no dia 7 de julho – R$ 1,9 milhão. O volume médio diário este ano é de R$ 136 mil, enquanto o giro médio diário dos últimos 30 pregões é um pouco maior, de R$ 251 mil.

Consultada, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que “está analisando as oscilações de preço referentes aos papéis da companhia”. Mas a autarquia não quis comentar se a variação de volume também é objeto de análise.

Para analistas, com essa oferta, as ações do Santander podem voltar a ser interessantes, já que retomam a liquidez.

Mas ainda não está claro se as ações ofertadas serão do mesmo tipo hoje existente na bolsa. A operação vem sendo tratada como uma abertura de capital, dada a inexpressiva participação atual dos papéis no pregão. As ações só continuam no mercado porque o Santander não conseguiu recomprar a quantia necessária para fechar o capital do antigo Banespa.

Estima-se no mercado financeiro que a oferta poderá variar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões. A expectativa é fazer a venda ainda no segundo semestre, a partir de setembro, se as condições de mercado permitirem.

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