Trabalhadores e sindicatos defendem juntos a Nossa Caixa desde 94

Fusão é fusão. Apesar das garantias apresentadas pelo Banco do Brasil em reunião com os representantes dos trabalhadores no dia 23, todo cuidado é pouco.

A Nossa Caixa já sofreu muitas ameaças na última década. Em 1994, houve intervenção do Banco Central no mesmo período que no Banespa. Os dois bancos corriam o risco de ser vendidos para pagar as dívidas dos governos tucanos. Sindicatos e trabalhadores resistiram juntos. O Banespa teve sua venda adiada por seis anos e a Nossa Caixa permaneceu pública.

Em 2001, sob o governo de Geraldo Alckmin e seu Programa Estadual de Desestatização (PED), começaram novas investidas contra o banco estadual. A Nossa Caixa foi dividida em sete subsidiárias, que passaram a controlar todos os serviços executados pelo banco. Uma financeira, uma distribuidora, uma empresa de cartões de crédito, uma de capitalização, uma de ramos elementares, uma de leasing e uma seguradora de vida e previdência. Uma tentativa mal-disfarçada de privatização, que teve início com a venda da primeira subsidiária, a Nossa Caixa Seguros e Previdência, por R$ 225 milhões para a empresa espanhola Mapfre. Graças à atuação do movimento sindical e à organização dos trabalhadores, as demais subsidiárias nunca foram vendidas diante da comprovação, na Justiça, de constantes irregularidades e fraudes nos leilões.

Sucateamento – Sai Alckmin entra José Serra e permanece a política de desmonte do último banco público do estado de São Paulo. Serra obriga o banco a pagar R$ 2 bi pelas contas dos funcionários públicos, que já deveriam pertencer à Nossa Caixa. “Serra penalizou o banco como forma de tirá-lo da disputa de mercado com outras instituições financeiras, tudo para justificar sua venda”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Antonio Saboia.

Para o dirigente, a abertura de negociações com o Banco do Brasil não deve ser razão de alento para os funcionários da Nossa Caixa. “Temos que ficar atentos. Não podemos permitir que o governo estadual demita mais nenhum trabalhador, já que o banco está em processo de venda. Também temos que ficar atentos e cobrar do governo federal e do Banco do Brasil, respeito aos empregos, direitos, e ao papel social do banco no estado.”

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