TR muda e pode prejudicar trabalhador

(São Paulo) Bom para os bancos, ruim para a população. Esse é o resultado da decisão do governo federal ao modificar a TR (taxa referencial), usada para reajustar a Caderneta de Poupança e o FGTS, recursos que beneficiam investimentos em saneamento e habitação. “Um país sem poupança é um país sem investimentos. Os atrativos de investimentos na poupança têm de ser mantidos”, avalia o presidente do Sindicato de SP, Luiz Cláudio Marcolino, ao criticar a alteração na TR.

A justificativa para a mudança é de que a TR precisa se adequar à redução da taxa de juros e da inflação. Com a retração desses dois índices econômicos, o investimento em poupança – que conta com a preferência dos trabalhadores – ficou mais atrativo ao contrário dos fundos de investimentos em renda fixa, em especial DI, indexados pela taxa Selic.

De cada R$ 100 em depósitos nas cadernetas, por exemplo, as instituições financeiras são obrigadas a destinar R$ 65 para crédito imobiliário, de acordo com as regras do Sistema Financeiro de Habitação. Assim, não interessa para os bancos manter atrativo o investimento em poupança, para não ter que cumprir essa regra.

A Contraf-CUT e os sindicatos sempre defenderam remuneração melhor para os recursos do FGTS dos trabalhadores. Marcolino lembra que, mesmo quando a inflação estava mais alta e os juros mais elevados, a remuneração do FGTS não foi reajustada. “Os trabalhadores não podem ser punidos em razão do ajuste monetário. É necessário criar mecanismos que garantam a remuneração do FGTS”, disse o presidente do Sindicato de SP.

Fonte: Elisângela Cordeiro – Seeb SP

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