Terceirização e perseguição sindical preocupam bancários do BBVA

Os trabalhadores do BBVA enfrentam condições difíceis de trabalho e a falta de respeito da direção do banco com as entidades sindicais. O relato foi feito durante a 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, nos dias 22 e 23 de novembro.

Um dos problemas mais graves é o grande número de terceirizados, com renda inferior à dos funcionários do banco, o que leva a uma precarização geral das condições de trabalho. Contratos de trabalho são encobertos, contrariando as normas trabalhistas e os acordos coletivos vigentes.

Além disso, os bancários têm várias vezes suas jornadas de trabalho estendidas sem pagamento de horas-extras. A situação é ainda pior nos Call Centers, onde a extensão da jornada atinge os sábados e domingos sem compensação.

O pessoal administrativo é insuficiente para cumprir as metas, cada vez mais absurdas. Ano após ano, as metas sobem e os trabalhadores não têm retorno, o que desmoraliza e desincentiva o trabalhador. Enquanto isso, o sistema de remuneração variável, que poderia servir de incentivo, não têm critérios objetivos e transparentes.

Na Argentina, o banco descumpre a ata assinada em seis de janeiro de 2004 entre a associação argentina de bancários La Bancaria e a Associação de Bancos da Argentina (ABA, entidade patronal que reúne os bancos de capital estrangeiro). O problema está na diferença de caixa, acarretando uma diminuição de 133,23 de pesos argentinos nos vencimentos dos bancários que desempenham essa função.

“O que nós trabalhadores do BBVA queremos é que os benefícios sociais do país sede que dependem da empresa se estendam a todos os trabalhadores do banco em todos os países onde ele está instalado”, defende Adolfo Gómez Moretti, secretário de Finanças da associação argentina La Bancária e funcionário do BBVA. “Assim, um funcionário do BBVA na Colômbia teria os mesmo direitos que outro na Espanha”, completa.

Perseguição – O BBVA pressiona e questiona trabalhadores que se filiam a sindicatos, violando normas e acordos internacionais dos quais o próprio banco é signatário. O caso mais grave é o da Colômbia. Altos executivos do BBVA estão tentando na justiça acabar com as garantias que protegem os dirigentes sindicais, para poderem despedí-los. O sindicato exigiu da matriz do BBVA na Espanha o fim dessa perseguição sindical.

Outra amostra da postura anti-sindical da direção colombiana do BBVA está ocorrendo neste momento, durante as negociações da Convenção Coletiva do Banco, que regerá as condições trabalhistas e econômicas dos trabalhadores do grupo neste país nos anos de 2008 en 2009. O BBVA colombiano apresentou uma contra-proposta com a qual pretende acabar com os sindicatos, exigindo especificamente a eliminação das lincenças sindicais, o não pagamento de cotas de exclusão e a imposição de um pacto coletivo aos trabalhadores não sindicalizados.

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