Tarifas: gastos podem chegar a quase 9% do salário mínimo, alerta Procon

Quase 9% do salário-mínimo do consumidor brasileiro pode estar sendo gasto com o pagamento de tarifas bancárias. O alerta é da diretora de Estudos e Pesquisas do Procon de São Paulo, Valéria Rodrigues Garcia. Em entrevista à Agência Brasil, ela disse que a cobrança das tarifas bancárias, em comparação ao salário mínimo é “bastante significativa”. “Gastar quase 9% do salário mínimo em tarifas bancárias é um valor bastante elevado”, afirmou. O cálculo foi feito com base no salário mínimo anterior, de R$ 380, e não o atual, de R$ 415.

A pesquisa é feita anualmente pelo Procon. Segundo o estudo divulgado esta semana, o pagamento das taxas bancárias pode representar, mensalmente, 8,49% do salário mínimo do trabalhador brasileiro. O Procon comparou o valor cobrado por dez bancos em relação aos itens mais procurados pelos consumidores, como renovação do cadastro da conta corrente, extrato semanal, saques no terminal eletrônico e remessa de talão de cheque, entre outros serviços. A pesquisa foi dividida entre o pacote de serviços oferecido pelos bancos e o pagamento avulso de tarifas.

“Nessa comparação com o salário mínimo, verificamos que o valor médio mensal de um pacote de serviços seria de 6,21% do salário mínimo, correspondendo a R$ 23,61, e o de tarifas avulsas, 8,49% por mês, ou seja, R$ 32,25”, afirmou a diretora do Procon.

Segundo Valéria Garcia, a pesquisa do Procon revelou que a melhor opção para o consumidor seria optar pelo pacote de serviços oferecidos pelos bancos. “Em um ano, a economia de quem utiliza o pacote de serviços ao invés das tarifas avulsas seria de mais de R$ 103. O pacote de serviços sai por um valor médio de R$ 283,36, enquanto que o de tarifas avulsas é de R$ 386,98”, comparou.

A pesquisa revelou também que, dentre os itens comparados, a maior diferença de preço foi constatada no serviço de renovação do cadastro da conta corrente especial: enquanto há bancos que cobram R$ 15 pelo serviço, há outros que chegam a cobrar até R$ 39, uma diferença de 160%.

“Realmente isso pesa no bolso. O consumidor deve verificar o quanto ele gasta, se ele utiliza efetivamente tudo o que há no pacote de tarifas e verificar com o banco quais são as opções que ele dá. As informações são bastante confusas e se o consumidor não estiver atento ele vai pagar por coisas que ele nem utiliza”, alertou.

No final do ano passado, o Banco Central regulamentou mudanças na forma de cobrança das tarifas bancárias e na padronização das nomenclaturas de tarifas. Entre elas, foi estabelecida a proibição de cobranças de alguns serviços como o fornecimento de cartão de débito e de dois extratos e de dez folhas de cheque por mês em caso de conta-corrente. As mudanças entrarão em vigor em 30 de abril.

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