Serra descarta venda da Nossa Caixa; Fetec SP quer projeto

(São Paulo) O governador eleito de São Paulo, José Serra, em seu primeiro pronunciamento depois de declarado vencedor da disputa eleitoral, assegurou que não vai vender ações da Nossa Caixa. A decisão estava prevista na proposta de orçamento do atual governador, Cláudio Lembo, mas foi cancelada a pedidos do sucessor. A entrevista coletiva de Serra foi concedida segunda-feira, dia 31 de outubro. A luta contra a privatização ainda não está terminada.

 

O indicado para a Secretaria da Fazenda do estado, Mauro Ricardo, justificou a decisão dizendo que não há necessidade de colocar os papéis à venda. Ele admitiu, porém, que o processo foi suspenso para não parecer que as ações seriam oferecidas a investidores apenas para fechar as contas do estado. Essa análise mostra que o futuro governo não desistiu da venda, mas apenas adiou a tentativa.

 

Para o diretor da Fetec-SP, Elias Maalouf, a decisão de não vender o banco neste ano é uma importante conquista do movimento contra a privatização do banco. No entanto, além de lutar na defesa do bem-público, ele lembra que há outros pontos a resolver. "O governador eleito precisa divulgar seu projeto para a Nossa Caixa. Hoje, 70% dos ativos do banco estão em títulos públicos, o que precisa ser mudado para não inviabilizar a instituição", avalia.

 

A Nossa Caixa é um banco público do estado de São Paulo. Uma das marcas mais trágicas da gestão de Geraldo Alckmin foram as tentativas de privatização da instituição, com o desmembramento em empresas diferentes e a deterioração das condições de trabalho. Em outubro de 2005, 29% das ações foram vendidas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Outros 20% estavam previstos para ser vendidos em 2007.

 

Com o novo cenário, uma das preocupações de Maalouf é com a proposta de Serra apresentada durante a campanha eleitoral de tornar a Nossa Caixa um banco de desenvolvimento do estado, a exemplo do BNDES federal. Se a idéia for levada a cabo, a instituição abandonaria o atendimento comercial, o que exigiria uma solução para quem trabalha nas mais de 500 agências e 400 PABs.

 

Fonte: Contraf-CUT

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