Mais abusos dos banqueiros! Desde o início da greve, há duas semanas, o Santander tem passado por cima da Constituição brasileira e, num claro desrespeito aos direitos dos trabalhadores, está obrigando os bancários a entrar de madrugada para evitar as paralisações.
O contingenciamento atinge praticamente todas as agências e departamentos do grupo, mas é mais grave no Call Center do Real, que fica nos prédios SP1 e SP2, em são Paulo. Lá, os funcionários são obrigados a chegar às 5h da manhã, mesmo que seja para ficarem parados à espera do horário normal de entrada.
A diretora do Sindicato Maria do Carmo Ferreira Lellis conta que, além da ilegalidade que comete, o Santander não se importa em gastar muito dinheiro para armar o esquema de contingência. Segundo ela, o banco gasta em torno de R$ 120 por dia em corridas de táxi para levar e trazer cada bancário.
“Se temos uma contingência de 40 funcionários por dia, em uma semana o banco gasta com táxi mais de R$ 20 mil. Esse dinheiro deveria ser gasto para atender nossas reivindicações. Além de injusto, o Santander está sendo no mínimo irresponsável socialmente”, comenta.
O Sindicato já exigiu que o banco pare com este desrespeito ao trabalhador. “O Santander está coagindo os funcionários para participar da contingência, num flagrante desrespeito ao direito de greve. Além de ilegal, o contingenciamento é desumano, pois os funcionários têm família, têm suas vidas programadas. Afora a segurança, que é colocada em risco ao irem trabalhar de madrugada”, ressalta Maria do Carmo.
Para ela, não adianta gastar milhões com propaganda e marketing se o Santander não age de fato com responsabilidade social. “O banco gasta milhões patrocinando a Formula 1, por exemplo, mas deveria primeiro fazer a lição de casa, remunerando e tratando melhor seus trabalhadores. Os bancários são explorados e as condições de trabalho são péssimas no Santander. O slogan do banco, que é ‘O Valor das Idéias’, deveria ser complementado: ‘O Valor das Idéias Irresponsáveis’. Pelo menos assim as propagandas não seriam tão mentirosas”, afirma.
