Redução de custos do Santander prejudica funcionários e terceirizados

A política de redução de custos, anunciada pelo Santander durante o recente anúncio do balanço dos primeiros nove meses do ano, já está sendo implementada na gestão do banco espanhol no Brasil. Além das demissões imotivadas que não param, o Sindicato dos Bancários de São Paulo denuncia a troca de empresas terceirizadas, com pressão para trabalhadores pedirem demissão, redução de médicos e horários de atendimento ambulatorial.

Funcionários da empresa Scor, terceirizada contratada pelo Santander, estão sendo pressionados a pedir demissão com a promessa de contratação pela Service Bank. O banco rompeu o contrato com a Scor e o serviço, antes feito no centro administrativo Casa 3, será executado no prédio da nova contratada.

“Muitos são funcionários há vários anos e perderão todos os direitos que receberiam caso fossem demitidos, como a multa do FGTS e a opção de sacar o fundo de garantia”, ressalta a diretora executiva do Sindicato, Maria Rosani. Segundo denúncias, quem não se demitir deverá ser “devolvido” para a unidade da Armênia da Scor.

Service Bank

Além dos terceirizados, bancários também serão transferidos para o prédio da Service Bank. “O problema é que os funcionários do Santander estão sendo pressionados a exercer suas funções em outro prédio, que não é do banco, em um local sem segurança, sem informações claras sobre datas de transferência, mudança no transporte que acarretam em transtornos na vida pessoal do funcionário”, destaca Rosani.

“Exigimos que o banco informe, tanto ao movimento sindical quanto aos trabalhadores, sobre as mudanças e debata com cada um dos funcionários envolvidos na reestruturação a viabilidade dessa alteração”, conclui.

Precarização dos ambulatórios

A redução de custo da gestão do Santander atinge também a área de saúde dos trabalhadores. Por determinação do RH do Santander, os ambulatórios dos Casas 1, 2 e 3 terão o quadro de médicos reduzidos.

Agora, um só médico atenderá apenas das 8 às 14h. Na parte da tarde, os funcionários ficarão sem médico e uma enfermeira ficará no posto ambulatório para atendimentos como curativos e controle de pressão arterial. “Caso um funcionário sofra um acidente mais grave ou passe mal no trabalho, ele terá de se deslocar até o hospital mais próximo e contar com a sorte”, explica a diretora executiva do Sindicato Vera Marchioni.

Outra alteração é no horário de funcionamento dos ambulatórios, que desde segunda-feira 4 passaram a fechar mais cedo, às 18h. Antes, o expediente nos postos era até as 20h.

Apenas no Casa 3 estão locados cerca de 2.300 funcionários. A justificativa do banco é que houve alteração de contrato com a empresa prestadora de serviços. “Isso comprova que o banco está contratando qualquer empresa que cobre menos, sem levar em consideração as necessidades dos funcionários, colocando em risco à saúde dos trabalhadores”, salienta Vera.

“O Sindicato discorda frontalmente dessa atitude. Entendemos que o banco, para crescer, deve tratar com respeito seus trabalhadores. A saúde e o bem estar dessas pessoas são investimentos, e não despesa. Solicitamos ao banco imediata suspensão da medida de redução do quadro de médicos e do horário de atendimentos nos ambulatórios”, conclui Vera.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram