Polícia prende líder da quadrilha que usava explosivos para atacar bancos

A Delegacia de Roubos capturou no final da manhã de segunda-feira, dia 17, o assaltante mais procurado nos últimos meses. Wanderley Grehs, o Alemão, foi localizado em um apartamento em Dois Irmãos, no Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, no qual vivia havia pelo menos quatro meses.

O homem, de 50 anos, que se apresentava como representante comercial, é apontado como o líder de uma quadrilha que, nos últimos seis meses, aterrorizou cidades do Interior em 10 ataques (oito a agências e dois a carros-fortes) com uso de explosivos.

– Todos esses assaltos com explosivos são com ele. Três (membros da quadrilha) estão presos, faltam apenas outros dois, que não têm grande importância dentro do bando. A quadrilha está desmantelada – anunciou o delegado de Roubos, Juliano Ferreira.

Antes de Grehs, a polícia havia prendido 10 dias atrás Ronaldo Mack, o responsável pelo manuseio dos explosivos. Conforme a polícia, Grehs era o braço militar da organização. Era ele quem coordenava o bando nos confrontos contra ex-colegas de farda.

O ex-PM não deixava pistas nos crimes. Até que, no assalto ao Banco do Brasil de Barra do Ribeiro, no dia 7 de maio, surgiu uma luz. Vasculhando destroços da explosão no banco, agentes encontraram um papel com o nome Antonio Wanderley Celi.

– Já sabíamos que o Wanderley estava por trás dos crimes, e nos intrigou achar um papel com um nome com grafia idêntica, embora de sobrenome diferente. Seguimos pesquisando e, na sexta-feira, descobrimos que esse era o nome falso que ele usava, e que estava registrado em Dois Irmãos. Pegá-lo foi questão de tempo – resumiu Juliano.

Na sexta-feira passada, dois policiais ficaram de prontidão na porta do edifício. Ontem, às 11h, viram um Fusion preto entrando na garagem, com um homem semelhante a Grehs.

Os agentes acionaram o delegado Juliano. Quando o homem retornava ao carro, recebeu voz de prisão e não reagiu. No apartamento de três quartos, alugado por R$ 850, os policiais localizaram roupas de grife e eletrodomésticos caros, mas nada de armas ou drogas. O único bem ilícito é o Fusion – clonado de um de São Paulo, havia sido roubado em Passo Fundo.

Aos policiais, o foragido contou que passava a maior parte do tempo em Balneário Camboriú (SC). Mas teve de retornar ao Vale do Sinos para continuar um tratamento dentário.

– A partir de amanhã, ele poderá usar o dentista da Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) – avisou o delegado Juliano.

A polícia evita comentar valores, mas calcula que a quadrilha roubou pelo menos R$ 5 milhões nos 10 ataques. Rastrear parte desse dinheiro é o desafio da Delegacia de Roubos, que passará os próximos dias finalizando inquéritos nos quais o foragido aparece como suspeito. Somente em um dos ataques, em Caxias do Sul, no final do ano passado, o valor declarado pelo banco teria sido de R$ 1,9 milhão.

O preso disse que só iria se manifestar em juízo. Mas disse que escolheu morar em Dois Irmãos por se tratar de uma cidade calma, perto de Canoas e de São Leopoldo, cidades de outros integrantes da quadrilha. A preferência por ataques a Banco do Brasil era porque, para o bando, as agências teriam mais dinheiro do que as demais.

Ao delegado, Grehs contou que ouviu, no rádio, policiais dizerem que a quadrilha poderia implodir um prédio inteiro, matando moradores de apartamentos em cima de uma agência. Mas garantiu que jamais atacaria um banco em prédio residencial.

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