Não só de banco público se alimenta o caos no ambiente de trabalho e no atendimento bancário em Pernambuco, e no Brasil. O fato não é segredo para ninguém. O detalhe é que, quando se trata do setor financeiro, os problemas têm o dom de se agravar. O Unibanco, por exemplo – “aquele que nem parece banco”, como pregava recente campanha publicitária -, tem lugar garantido na babel do setor mais lucrativo do país: campeão de insegurança, de desrespeito e, agora também burla à legislação trabalhista e de relações de consumo.
“Faltam funcionários, a extrapolação de jornada é a norma, sem pagamento de hora extra, e tem gente pedindo para sair, por que não agüenta a pressão. Como se não bastasse, as agências daqui retiram o aviso com o número 0800 (976.2345) para evitar reclamações ao Banco Central”, afirma Francisco Ferreira – Chico, secretário de Bancos Privados do Sindicato e empregado do banco. Ele ressalta que “a culpa, nem de longe, é dos funcionários, pois até gerente é obrigado a abrir caixa para atender os clientes”.
Acontece, explica o diretor, que a agência é punida se não bater as metas absurdas, e é punida, ainda, se houver registro de reclamação contra a unidade no Bacen: “A agência perde 10% do valor a receber de remuneração variável no semestre”, explica Chico.
No quesito segurança, o banco, que é alvo preferencial de assaltos, foi punido pela Polícia Federal, recentemente, com o fechamento parcial de algumas unidades. O motivo: a fiscalização da PF encontrou vigilantes com armas não registradas.
O problema é nacional. Tanto que, na próxima semana, a Comissão Nacional dos Empregados, através dos Sindicatos, deflagram campanha em todo o país para pressionar o banco a abrir negociação para buscar solução para os problemas . “É preciso contratar mais. Aqui o banco diz que abriu mais três agências na região metropolitana, mas não resolve”, reintera.
