Passeata cobra investigação sobre desaparecimento de jornalista no Paraná

Movimentos sociais, sindicatos e jornalistas protestam em Curitiba

Reunidos na Catedral de Curitiba, movimentos sociais, sindicatos e jornalistas cobraram nesta quinta-feira, dia 18, mais intensidade nas investigações do desaparecimento de jornalista Anderson Leandro, 38 anos, que foi visto pela última vez no último dia 10, quando deixou sua produtora para uma suposta reunião no município de Quatro Barras, na Região Metropolitana da capital paranaense.

Familiares de Anderson Silva organizaram a passeata pelo centro de Curitiba porque acreditam que o jornalista ainda está vivo. A irmã dele, Aparecida Leandro, pede esforço da sociedade e das autoridades para que Anderson seja encontrado. “A gente quer, com esse ato, que o desaparecimento não seja esquecido. Se alguém viu alguma coisa, ligue para a polícia e denuncie”, solicita.

Uma das linhas de investigação é motivação política. Em 2008, Anderson levou um tiro de borracha da Polícia Militar enquanto cobria a reintegração de posse de uma área ocupada pelo MST (Movimento dos Sem Terra), no bairro Fazendinha.

A presidente da CUT-PR, Regina Perpétua, levanta essa hipótese e cobra mais empenho do governo estadual: “Queremos que o grupo Tigre, o governo e o Ministério Público entrem fortemente neste caso. O Anderson era muito ligado aos movimentos sociais e não é possível ele sumir como sumiu”, comentou.

Oito dias depois do desaparecimento, nem a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, nem o Governo do Estado deram qualquer informação sobre o caso. Uma audiência com o governador Beto Richa já foi solicitada com objetivo de intensificar as buscas feita pelo TIGRE (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial). No entanto, o pedido ainda não foi respondido.

O desaparecimento do jornalista soma-se a mais um caso de cerceamento à liberdade de imprensa do Paraná. Recentemente, jornalistas da Gazeta do Povo foram ameaçados depois que denunciaram a utilização de viaturas da PM de forma particular.

Em outro caso, no litoral, um jornalista foi impedido de cobrir reunião entre Funae, Ministério Público e índios. Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR), Guilherme Carvalho, essas ações demonstram que a liberdade de imprensa não está totalmente garantida em nosso país.

“Nós estamos tratando de impedimento da liberdade de expressão e do direito das pessoas terem acesso à informação. Com o desaparecimento, a sociedade também está sendo ferida em seus direitos”, diz.

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