Paralisa‡äes dos banc rios atingem todo o Nordeste

(São Paulo) A greve desta terça-feira foi forte em todo o Nordeste do Brasil. Em Pernambuco, três mil, seiscentos e noventa bancários dos bancos públicos cruzaram os braços. Significa 70% do total de empregados do Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste no Estado e 81% dos que trabalham nas agências bancárias.

 

O balanço das paralisações no setor privado ainda está sendo tabulado pelo Comando de Greve, mas o levantamento parcial mostra que cerca de 400 trabalhadores de 20 agências de seis bancos diferentes pararam. Mais uma vez, os bancos privados valeram-se de interditos proibitórios para cercear o direito de greve dos trabalhadores. O instrumento, usado para proteger o direito de propriedade, foi utilizado pelo Bradesco, Unibanco, ABN Real e HSBC.  Apesar isso, a greve aconteceu nas agências centrais destes bancos.

 

Nos bancos públicos a greve foi igualmente forte na capital, região metropolitana e no interior, sobretudo na Mata Norte. Todavia, ao contrário da paralisação de advertência do último dia 21, houve greve na Mata Sul, no Agreste e no Sertão pernambucano.

 

A greve de 24 horas também parou a maioria dos bancos em Fortaleza (CE) nesta terça-feira. A grande adesão dos bancos privados foi o destaque dessa paralisação. Os principais corredores bancários da capital cearense pararam. A greve atingiu também os bancos públicos, com forte paralisação na Caixa Econômica Federal, no Centro. Com panfletos e notas à população, os clientes apoiaram a paralisação. "Essa é uma greve de advertência, para que o setor que mais lucra no País pare com a intransigência e apresente proposta decente à categoria", disse Marcos Saraiva, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.

 

Na Bahia, cartazes com o anúncio de greve por tempo indeterminado lacraram, hoje pela manhã, as agências bancárias de Salvador. O início do movimento foi marcado por intensa adesão dos funcionários que permaneceram do lado de fora das agências e participaram das mobilizações juntamente com o movimento sindical. As paralisações se concentraram nas regiões do Comércio e da avenida Sete de Setembro, onde todas as agências permaneceram fechadas. Em localidades como Paralela, avenida Tancredo Neves, Iguatemi, Pituba, Brotas, Calçada, Itapoan, Imbuí, Vasco da Gama, Rio Vermelho, Caminho das Árvores, Garcia e Ondina a greve foi parcial, paralisando, principalmente, os bancos públicos (Caixa e BB).

 

Como sempre, a paralisação nas agências do Bradesco sofreu a interferência da Polícia Militar, que tentou impedir a continuidade das manifestações. Viaturas fizeram plantão na porta das unidades do banco em Salvador. Porém, mesmo com a forte presença da PM, os funcionários continuaram do lado de fora e os representantes do Sindicato se mantiveram firmes na continuidade da greve.

 

A greve na Região Metropolitana de Salvador e no interior do Estado também foi bastante forte. Em diversas cidades, os bancários fecharam as agências e fizeram manifestações. Houve paralisações em Lauro de Freitas, Eunápolis, Itamaraju, Medeiros Neto, Teixeira de Freitas, Xique-Xique, Itagi, Jaguaquara, Ipiaú, Ilhéus, Itapetinga, Poções, Irecê, Jequié e Itabuna.

 

Em Vitória da Conquista, todas as agências pararam. A greve transcorreu sem maiores problemas, a excessão do Bradesco, que mais uma vez, mostrando toda a sua truculência, usou de expedientes violentos para tentar acabar com o movimento.  O primeiro problema aconteceu na madrugada, quando funcionários foram obrigados pela gerência a chegar às 5 horas da manhã para trabalhar. Ao chegar, os funcionários foram convencidos pelos representantes do Sindicato, que já estavam no local, a não entrarem e aderirem ao movimento. Quando parecia que tudo voltaria ao normal, a Polícia Militar foi acionada pela direção do Bradesco, e de forma truculenta, chegaram nas agências Centro e Maximiliano Fernandes rasgando faixas e ameaçando de prisão os sindicalistas que estavam na frente da agência. Da mesma forma foi aberto o auto-atendimento da agência do Bairro Brasil. Foram colocados policiais nas portas das agências, na tentativa de inibir a ação dos bancários que aderiram ao movimento. Apesar da violência, nenhum funcionário entrou nas agências para trabalhar, a exceção dos gerentes.

 

Em Feira de Santana, as agências bancárias foram fechadas, exceto o Bradesco que abriu suas portas através de força policial e forçando o acesso dos funcionários com demonstrações explicita de assedio moral.

 

A categoria bancária de Campina Grande e Região (PB) também paralisou por 24 horas, nesta terça-feira, as suas atividades.  Todas as agências, com exceção apenas do Itaú, fecharam suas portas. Bancários e diretores do Sindicato realizaram piquetes por todo o dia. O Itaú, por meio de pressão e por força de interdito, garantiu o funcionamento, propiciando com isso o clima de revolta e insatisfação junto aos funcionários. Os diretores do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região, além de denunciarem a postura de intolerância e arrogância dos bancos, alertaram para a possibilidade de deflagração de uma greve geral e por tempo indeterminado, caso a Fenaban se negue a apresentar proposta decente e reajuste real à categoria.

 

Em São Luís (MA) pararam hoje 100% das agências da Caixa e apenas duas agências do BB funcionaram normalmente (Jaracaty e João Paulo). Os bancários pararam também as duas agências do Unibanco do Centro. Em municípios do interior do Maranhão, a greve está começando: pararam a Caixa de Pinheiro, o BB de Codó, Caixa e BB de Bacabal e Caixa de Imperatriz, Açailândia, Balsas.

 

A paralisação de 24h dos bancários em Teresina atingiu 70% das agências, sendo considerada um verdadeiro sucesso na avaliação da direção do Sindicato dos Bancários e Financiários do Piauí. No interior do Estado, a adesão ao movimento também foi significativa. "O sucesso da greve sinaliza para que os banqueiros apresentem uma proposta amanhã", enfatiza De Assis Araújo, presidenta do sindicato.

No Sergipe, a paralisação foi forte. Os funcionários de 30 agências de bancos públicos e privados aderiram à greve de 24h no estado, orientada pelo Comando Nacional dos Bancários. “Diante da intransigência dos banqueiros e do Governo nas negociações da campanha nacional, não temos alternativa senão cruzar os braços”, afirma Marcelo Vieira, secretário de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários de Sergipe.

 

Fonte: Contraf-CUT, com informações dos Sindicatos

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