Novo modelo de gestÆo da Caixa ‚ confuso e assusta empregados

(Santo André) A Caixa deu início em janeiro ao GRC, a Gestão de Relacionamento com Clientes. Embora os parâmetros da proposta já tivessem sido divulgados em novembro passado, a implantação às pressas, na virada do ano, resultou na operacionalização de um modelo ainda inacabado, o que vem suscitando dúvidas e questionamentos por parte dos empregados. O movimento sindical e associativo já está cobrando da empresa respostas para as várias contradições contidas no GRC, além de respeito aos trabalhadores.

 

O GRC introduz uma nova sistemática de segmentação de negócios e tenta agregar agressividade no gerenciamento das carteiras. Para ilustrar seu funcionamento, o Guia de Orientação para o Público Interno, divulgado em novembro passado, informa que “o modelo conceitual do GRC prevê uma atuação clara e focada em mercados, segmentos, nível de relacionamento e nichos”.

 

Alguns bancos já atuam dessa forma; aparentemente, o que a Caixa tenta então é se adequar ao que existe no mercado financeiro. Mas antes tem de esclarecer várias questões que, com razão, estão confundindo seus trabalhadores: Uma dessas questões é que, em princípio, a Caixa informou que as agências que não tivessem carteiras adequadas ao exigido no GRC perderiam gestores. Depois recuou, determinando que onde não existissem as carteiras compatíveis estas deveriam ser fruto de um plano de negócios. Uma avaliação aconteceria a cada seis meses e, se não fosse atingido o patamar estabelecido, o gestor perderia a função. Ocorre, porém, que muitos gerentes já estão sendo destituídos antecipadamente.

 

Outro entrave diz respeito à mudança na nomenclatura dos cargos. Em 28 de dezembro passado foi divulgada CI informando que os antigos agentes empresariais passarão a ser assistentes de negócios. Porém o Conselho Diretor deverá aprovar a exigência de que, para de fato se tornar assistente de negócios, o candidato deverá ter curso superior. Se isso for confirmado, muitos dos agentes não poderão se tornar assistentes. A implantação da GRC sem que o formato da área de atendimento fosse aprovado pelo Conselho Diretor também vem gerando muita insegurança principalmente para os que atuam nesse setor. E há ainda a questão da relação da Caixa com a área social. Nesse ponto o GRC é omisso, pois não explica como deverá ser seu funcionamento: simplesmente não aborda o assunto. Estes são apenas alguns dos problemas, dos vários que estão sendo levantados pela rede e sindicatos.

 

Para Rita Serrano presidenta do Sindicato dos Bancários do ABC e membro da Comissão de Empresa, a principal pergunta que cabe fazer é justamente essa: “Por que o GRC, mesmo não estando pronto, foi implantado, causando tanto alvoroço e insegurança aos funcionários?”. Rita, que se diz surpresa com a forma como foi realizada a implantação, causando confusão desnecessária, destaca que a Caixa deveria ter agido com mais cautela e democracia, consultando a rede e o movimento sindical antes de promover as alterações. “É fundamental ter sempre claro que o que diferencia a Caixa dos outros bancos é sua atuação social. Em qualquer mudança de foco negocial esse fato tem de ser preponderante no planejamento das ações, o que não parece ter ocorrido”, completa.

 

Fonte: Maria Angélica Ferrasoli – Seeb ABC

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