Nossa Caixa: pior que na ditadura

O Sindicato dos Bancários de São Paulo reuniu dezenas de entidades representativas em um grande ato em frente à matriz da Nossa Caixa, no centro da cidade, contra a política de demissão do banco que atingiu, no dia 8 de maio, o dirigente sindical Dirceu Travesso.

Sindicatos de bancários e de várias outras categorias, de todo o país, parlamentares, associações e representações de estudantes, reuniram-se no protesto.

“Hoje o banco é terra de ninguém, eles só querem cordeirinhos e quem aceita tudo sem questionar. É o tipo de lugar perfeito para um gerente regional como o José Pellegrine Júnior, responsável pela demissão do dirigente sindical”, disse a diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa, Raquel Kacelnikas, destacando que a decisão faz parte de uma política mais ampla da direção do banco, onde a decisão sobre a permanência do bancário tem como principal razão as relações pessoais. “É importante lembrar que é a primeira demissão por motivos políticos na Nossa Caixa em mais de 30 anos. Nem mesmo a ditadura mostrou tanto desrespeito à organização dos trabalhadores”, lembrou Raquel.

Para o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, a demissão faz parte da política do governo Serra de desmonte do banco público, que visa justificar sua privatização, assim como ocorre em outras empresas públicas, como o Metrô e a CDHU. “Na semana passada procuramos o governo mostrando que a demissão de Dirceu é inconstitucional, mas não obtivemos resposta. Essa demissão é um ataque à organização sindical brasileira, assim como foram as demissões de dirigentes sindicais do Metrô no ano passado e as multas milionárias aplicadas aos professores, para citar apenas dois exemplos. Mas não vai ser assim que conseguirão calar a nossa voz em defesa do Brasil”, disse.

Na sexta-feira, dia 9, o Sindicato protocolou no banco uma série de documentos comprovando a ilegalidade da demissão. Nesta terça, a direção da Nossa Caixa se negou a receber uma comitiva de bancários que tinha como objetivo discutir a questão. “O Sindicato vai continuar insistindo na readmissão do dirigente, assim como vai manter a luta contra as demissões na Nossa Caixa”, completa Marcolino.

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