Mobilizações aumentam e greve chega ao 3º dia ainda mais forte no Pará

Dirigentes sindicais explicam as reinvindicações da categoria

A greve da categoria bancária tem ganhado a intensidade de uma “pororoca” amazônica e se fortalece em todo o Estado. Nessa quinta-feira (08), terceiro dia de paralisação nacional, o movimento paredista ganhou mais adesões em todos os municípios. No balanço de greve de hoje, o movimento já alcança 349 unidades bancárias no Pará.

Em Belém, houve um grande ato na agência do Bradesco da Avenida Presidente Vargas, o chamado “Bradescão”. Ontem (7), houve princípio de tumulto contra o movimento devido a uma atitude antissindical da direção do banco, que assediou funcionários a furarem a greve e ainda incitou clientes e usuários do banco a entrarem na agência. A consequência disso foi um trabalhador solidário ao movimento agredido fisicamente por um cliente da agência. Por isso, a manifestação de hoje foi uma resposta às práticas antissindicais no Bradesco.

“A categoria bancária possui fórum legitimo e a greve foi decidida de forma democrática pelos bancários e bancárias reunidos em assembleia, na sede do Sindicato. Nesse sentido, nosso movimento é legal e nenhum gestor de banco tem o direito de constranger nosso movimento, de assediar funcionários, ou de incitar clientes e usuários da agência a se insurgirem contra a nossa categoria em greve. Repudiamos essas práticas antissindicais dos bancos, pois a nossa luta é em defesa de melhores salários e melhores condições de trabalho para toda a categoria”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Durante o ato, os dirigentes sindicais lembraram que a luta dos bancários em greve é para muito além de melhorias salariais, mas sobretudo por melhores condições de trabalho, qualidade de vida e mais segurança nas agências, e lembraram que a violência no Pará e a insegurança bancária vitimou em julho desse ano o bancário Rodrigo Lima Coutinho, 28 anos, ex-funcionário do Bradesco no município de Trairão, no oeste do estado (clique aqui e relembre o caso).

“Queremos lembrar que o colega Rodrigo, no município de Trairão, foi mais uma vítima da insegurança bancária que é cada vez maior em nosso Estado. Na verdade, ele foi vítima da inoperância do Governo do Pará em relação à segurança pública; e da omissão dos bancos, que só querem lucrar e nos explorar, mas não querem garantir mais contratações, melhorias nos salários, condições dignas de trabalho e mais segurança nas agências. O resultado disso é que nossa categoria está cada vez mais adoecida e com medo. A nossa greve é por tudo isso, e exigimos respeito ao nosso movimento não apenas no Bradesco, mas em todos os bancos”, destacou o diretor de bancos privados do Sindicato e funcionário do Bradesco, Saulo Araújo.

Os trabalhadores em greve também ressaltaram que quanto mais os bancos utilizarem de artifícios para tentar desmobilizar a categoria, mais adesões ao movimento irão ocorrer.

“Os banqueiros estão desafiando nossa categoria a cada dia. Eles nos oferecem uma proposta de perda salarial, já que o índice apresentado pela Fenaban não repõe nem mesmo a inflação, e anunciam um reajuste de 81% para os executivos dos altos escalões das instituições financeiras. A categoria está atenta a isso, e a resposta tem sido que a nossa greve se fortalece a cada dia, tanto no Pará como em todo país. E seguiremos mobilizando os bancários e bancárias a somar cada vez mais com nosso movimento, pois somente com muita luta teremos vitórias para comemorar nessa Campanha Nacional 2015”, pontua o diretor de formação do Sindicato e funcionário do Itaú, Sandro Mattos.

A manifestação de hoje contou com o apoio e solidariedade da CUT Pará, representado pela presidenta Euci Ana Gonçalves, da CTB Pará, Sindforte, Sintsep-PA, Sindsaúde e Fetagri.

Assembleia organizativa – Hoje (08), às 17 horas, na sede do Sindicato em Belém, haverá assembleia de avaliação e organização do movimento. Reuniões semelhantes ocorrerão nas subsedes de Santarém e Marabá. Convocamos toda a categoria em greve a par

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