Justiça nega interdito proibitório ao BB para impedir greve em Campinas

Paralisação atinge 18 agências em Campinas e Região

O juiz André Luiz Tavares de Castro Pereira, da 4ª Vara do Trabalho de Campinas, negou liminar ao Banco do Brasil em ação de interdito proibitório, que visava impedir a greve de 24h deflagrada nesta terça-feira (30). A medida judicial definida ontem (29) veio à público hoje e abrange a cidade de Campinas.

Em sua sentença, o juiz diz que o “direito de greve é consagrado pela Constituição Federal…São os trabalhadores quem devem decidir qual a forma de exercer o seu direito constitucional de greve…”.

Para justificar o pedido em ação de interdito proibitório, o Banco do Brasil diz que a liminar, não concedida pelo juiz, busca “evitar violências, turbações e esbulhos por parte do Sindicato”.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, “o BB está na contramão da história. A decisão da Justiça respaldo a luta dos bancários”.

Paralisações

A greve nacional de 24h, deflagrada contra o descaso do Banco do Brasil em negociar o novo plano de funções comissionadas, envolve a maioria dos funcionários de 18 agências (e departamentos) na base do Sindicato, sendo 16 em Campinas e duas em Americana. Diante da disposição de luta dos bancários, a diretoria do BB orientou os gestores a chamarem a polícia, visando abrir as agências na força.

“É truculência pura. O BB foge da negociação e, frente a resistência dos funcionários, que estão mobilizados, manda chamar a polícia. A intransigência é hoje o fio condutor das ações da diretoria do BB. A greve é um direito constitucional e o Sindicato está nas agências para garantir a paralisação e defender os bancários. Não será com medidas intimidatórias, ameaças, que o BB vai resolver o problema que criou ao impor o novo plano em janeiro deste ano”, avalia Jeferson.

Aprovada pelos funcionários em assembleia realizada no último dia 25, na sede do Sindicato, a greve de 24h tem como objetivo intensificar a mobilização, demonstrar que os funcionários estão dispostos a lutar em defesa de seus direitos.

“Antes de mais nada, não podemos perder o foco na principal questão, que é a jornada de 6h para todos. O novo plano não caiu do céu; é resultado da mobilização pelo cumprimento da jornada da categoria para todos os funcionários. Só que a diretoria incluiu várias ‘maldades’ no pacote denominado Plano de Funções de Confiança e de Funções Gratificadas. Entre as ‘maldades’, reduziu salários nas funções de 6h e as gratificações de função de todos os comissionados. O que é inaceitável. É necessário ajustes, correções. Porém, o BB não quer dialogar. A greve é um dos mecanismos para forçar a abertura de negociação”, reafirma o presidente do Sindicato.

Agências fechadas

Campinas: Centro, Glicério, Dr. Quirino, Carlos Gomes/GERAT, Cambuí, Norte-Sul, Barão de Itapura, Taquaral, Paula Bueno, Unicamp, Barão Geraldo/Sta Genebra, Sales de Oliveira, Amoreiras/Anhanguera, Trevo, Bonfim e Conceição.

Americana: Praça 15 de Novembro e Rua 12 de Novembro.

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