Irreverência marca protesto no Unibanco de Olinda

(Recife) A irreverência marcou o ato desta segunda, 3, no Unibanco em Olinda. Em xeque, o descaso do banco com a segurança bancária e saúde psicológica das vítimas. Com teatro, o Sindicato de PE mostrou como o banco trata seus funcionários: em cena, um diretor do banco, um técnico (ou gestor) e um empregado vítima de assalto. Em surto, o trabalhador é tratado como máquina que, diante da dificuldade conserto, é descartada.

A agência foi alvo de assalto no último dia 20. Funcionários e vigilantes foram agredidos com socos e pontapés. Até agora, a CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho não foi emitida pelo banco nem mesmo para quem sofreu agressão. O documento serve para atestar que os trabalhadores foram vítimas de acidente de trabalho. Caso, futuramente, eles venham a sofrer qualquer transtorno psíquico por conta da ocorrência, é possível comprovar para o INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social a relação entre a doença e o assalto. Que se diga: problemas psicológicos decorrentes da insegurança bancária tem crescido assustadoramente na categoria. Somente entre os que procuraram o Sindicato, são 20 trabalhadores com depressão ou Síndrome de Pânico.

O Unibanco é o líder nas estatísticas da violência nos bancos. As agências não têm portas com detector de metais. Com o caso de Olinda, são onze investidas à unidades do banco este ano, entre os 44 assaltos que foram contabilizados pelo Sindicato no estado de Pernambuco. A empresa não é a única que não emite o documento que atesta acidente de trabalho. No HSBC, por exemplo, um gerente da agência de Piedade ficou 12 horas como refém de sequestradores, junto com sua mulher e filhos. O fato foi em setembro e, até agora, o banco não assinou a Comunicação. No ABN da Cruz Cabugá, onde recentemente um vigilante foi morto durante tiroteio, o documento não foi emitido nem para trabalhadores que estão afastados há mais de um mês por conta do trauma.

O Sindicato denuncia, também, a falta de apoio psicológico para as vítimas. A maioria dos bancários que adquirem doenças da insegurança paga do próprio bolso o tratamento psiquiátrico e psicológico que não é coberto pelos Planos de Saúde. Medicamentos, idem. O banco limita-se a enviar um psicólogo no dia do assalto para fazer uma dinâmica de grupo e tentar acalmar os bancários para que eles continuem trabalhando. Os transtornos pós-traumáticos caracterizam-se por sintomas como insônia, crises de choro sem motivo, dores-de-cabeça, sensação de estar sendo perseguido, calafrios, sensação de pânico, reconstrução das imagens do assalto várias vezes ao dia, depressão, e comprometimento da capacidade de conviver socialmente. Os bancários são, hoje, a categoria que mais sofre com problemas mentais. Sete em cada dez empregados de bancos tem sintomas de transtornos psíquicos.

Fonte: Seec PE

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