Futuro do BRB será decidido após nova auditoria

Foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal de quarta-feira 9 de julho decreto que autoriza a contratação de uma nova empresa para fazer a precificação do BRB. O edital de licitação deve ser divulgado até o final deste mês. Embora não haja informação oficial, circula no BRB que a empresa KPMG – contratada anteriormente para precificar o BRB e a folha de pagamento -, deixou de considerar alguns passivos do banco.

Segundo o secretário de Fazenda do Distrito Federal, Ronaldo Lázaro Medina, a nova empresa de consultoria terá 70 dias para entregar seu relatório. Os custos da nova auditoria estão orçados entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões, segundo Medina. De acordo com o secretário, o futuro do BRB só será definido depois da conclusão da nova auditoria.

A pedido do próprio BRB, a empresa KPMG já fez um trabalho de auditoria nas contas do banco, porém, segundo Medina, as informações coletadas não foram suficientes para a tomada de decisão do governo sobre o futuro da instituição. “Houve avaliação do BRB, mas não atende aos requisitos para uma decisão de alienação [venda], que é o mais provável”, disse.

Ainda de acordo com o secretário, faltam dados como os riscos jurídicos, tributários, trabalhistas e da carteira de ativos, por exemplo.

E, para uma real radiografia do banco, é fundamental consolidar informações precisas. O Sindicato cobra da direção do BRB e do GDF que se posicionem sobre o processo, até porque a contratação da KPMG envolve recursos públicos. E questiona, inclusive, se houve pagamento integral dos serviços da empresa.

“É natural que coloque em dúvida o pagamento de um serviço que não ficou a contento, resultando na contratação de outra empresa para refazer o trabalho e, consequentemente, atrasando ainda mais uma definição sobre o futuro do banco, o que gera instabilidade para a empresa e angústia para os funcionários”, afirma Antonio Eustáquio, secretário de Imprensa do Sindicato e funcionário do BRB.

Venda do BRB depende de vários fatores

Medina argumentou que a decisão de vender o banco passa não somente por análises técnicas de responsabilidade da Secretaria de Fazenda, mas também por questões jurídicas e políticas que dependem de avaliação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).

Além do BRB, o Banco do Brasil também está em negociação para incorporar o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), a Nossa Caixa, de São Paulo, e o Banco do Estado do Piauí (BEP).

BRB se moderniza para aumentar valor de mercado, diz secretário

Com a possibilidade de ser incorporado pelo Banco do Brasil, o BRB passa por um processo de reorganização interna e de modernização para aumentar o valor de mercado, informou o secretário da Fazenda do Distrito Federal, Ronaldo Lázaro Medina.

De acordo com ele, os ajustes são necessários para manter como clientes os 180 mil servidores do governo local que recebem atualmente pelo BRB. Eles representam 40% dos atuais clientes do banco.

Além disso, o BRB está atento à portabilidade, mecanismo que começa a valer a partir de 2012 e que permitirá que os funcionários escolham o banco pelo qual querem receber os salários.

O secretário afirmou que se o governo optasse por vender somente a folha de pagamento dos servidores ativos e inativos do DF, seria o mesmo que “desmontar o banco”. “Hoje, o banco vale basicamente pela folha”, admitiu.

Entretanto, segundo o secretário, essa proposta não foi levada adiante porque o BRB não teria condições financeiras e, com isso, descumpriria o acordo de Basiléia, que trata da solvência dos bancos. No ano passado, o lucro líquido do BRB chegou a R$ 100 milhões.

De acordo com o secretário, uma das ações que estão sendo adotadas para valorizar o BRB é a incorporação da Financeira BRB ao banco, o que vai reduzir em R$ 5 milhões, por ano, o pagamento de tributos federais.

Também estão sendo feitos investimentos em modernização tecnológica, o que permitirá ampliar os serviços pela internet. O banco conta com a mesma plataforma de gerenciamento de dados há dez anos. Outra ação é ampliar a oferta de crédito. Atualmente, o BRB não oferece, por exemplo, operações de leasing aos clientes.

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