Funcionários do ex-Real questionam aplicação de metas inatingíveis do Santander

A aquisição do Real por parte do Santander não trouxe aos funcionários apenas a ameaça de demissão. Quem pertencia ao quadro do Real está questionando a imposição de metas inatingíveis, desde que o banco espanhol assumiu o controle.

Em Porto Alegre, o SindBancários tem recebido relatos de funcionários que não conseguem cumprir tais ‘tarefas’. Ainda chegam informações de funcionários afastados por doenças em agências de grande porte.

Alguns empregados de unidades de grande porte estão em licença médica, com síndrome do pânico, depressão e estresse, doenças relacionadas ao trabalho.

Metas

Para se ter uma ideia, aos gerentes, além do atendimento aos clientes, telefonemas, visitas, abertura de contas, cheque especial, devem semanalmente vender dois leasing, 20 cartões Visa, 20 Master Card, três contratos de CDC Veículos (Crédito Direto ao Consumidor), R$ 150 mil em crédito parcelado, R$ 5 mil em títulos de capitalização – sendo R$ 2 mil parcelados e R$ 3 mil em pagamento único – cinco seguros de vida de R$ 1.500,00 e 10 seguros residência no valor de R$ 2.500,00.

Já os caixas, que têm jornada de seis horas ao dia, além da rotina do serviço, desempenham em dias alternados a compensação de cheques, verificam as contas encerradas, enviam cartas aos correntistas, arquivam a correspondência e prestam atendimento quando não há fila na agência.

As metas para eles são a venda de 20 seguros no trimestre (10 de vida e 10 residencial), 10 seguros perda e/ou roubo de cartão por semana, abertura de 70 contas de INSS por semestre, quatro contas universitárias e cinco títulos de capitalização por semana.
Caso pague um cheque falsificado (a responsabilidade em verificar a autenticidade é do funcionário/caixa), ele recebe advertência e ainda paga o valor correspondente. A punição resulta na perda de benefícios, como limite da conta-corrente, cartão de crédito, auxílio educação, academia de ginástica e promoções.

A diretora do SindBancários e funcionária do ex-Real, Natalina Gué, informa que a imposição de metas é inadmissível e de difícil cumprimento. “Não compactuamos com tais medidas. As metas sempre existiram no Real, mas após a aquisição do Santander, os funcionários estão sendo submetidos a ações subumanas”, observa a dirigente sindical.

Por fim, o Sindicato exige o fim das metas abusivas, melhores condições de trabalho e respeito aos trabalhadores brasileiros, os grandes responsáveis pelo lucro obtido pelo grupo no Brasil.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram