Funcionalismo público de São Paulo distribui coxinha em bota-fora de Serra

Coxinha, alface e suco artificial. Este foi o cardápio do ‘almoço de gala’ promovido por 42 entidades sindicais no ‘bota-fora’ ao governador José Serra, que nesta quarta-feira (31) deixa o cargo para poder se candidatar à Presidência da República.

Ao som da música “Comer, Comer”, do grupo Gengis Khan, professores, servidores da saúde e do Poder Judiciário, entre outros, colocaram uma mesa no vão livre do Masp, na avenida Paulista. O protesto reuniu aproximadamente 40 mil pessoas, que depois desceram à rua Consolação em direção à Secretaria de Educação, na Praça da República, no centro da cidade.

Na mesa, havia dois espaços reservados ao governador Serra e ao secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo. Segundo a Polícia Militar três mil pessoas participaram da manifestação.

Antes, professores fizeram nova assembleia e decidiram manter a greve iniciada no dia 8 de março. Mais cedo, o SindSaúde, que reúne profissionais que trabalham na saúde pública estadual, decidiram pela manutenção do estado de greve.

Protestos

Além das coxinhas, houve também protestos contra a Polícia Militar e contra os meios de comunicação. De acordo com os professores, há uma campanha contra a categoria para que os problemas sejam escondidos da sociedade. O manifesto estava estampado em várias camisetas usadas por manifestantes.

Uma equipe de reportagem e outra operacional da Rede Globo foram vaiadas durante a manifestação. “Eles estão sendo convidados a se retirar, já que só mostram o que interessa a eles e não a verdade”, disparou uma professora durante passeata.

Antes de iniciar o protesto, o principal caminhão de som da Apeoesp foi apreendido pela Polícia Militar.

Segundo a assessoria de imprensa da PM, no entanto, o caminhão da Apeoesp não foi apreendido, mas escoltado até a garagem da instituição. O tamanho do caminhão infringe, de acordo com a PM, a lei de restrição ao tráfego.

De acordo com denúncia da Apeoesp, os banheiros públicos do Metrô teriam sido fechados para dificultar a manifestação dos professores. Os camelôs também foram alvo da fiscalização durante a quinta e tiveram materiais apreendidos.

Para acompanhar a manifestação, a PM disponibilizou 300 policiais, 90 motos e 10 carros.

Os professores realizam nova assembleia no dia 8 de abril, na avenida Paulista.

Solidariedade dos bancários

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, esteve no ato em solidariedade e apoio aos servidores públicos. Ele lembra que a greve é o último recurso dos trabalhadores.

“A categoria bancária conhece muito bem essa realidade. As paralisações acontecem quando se esgotam quando o processo negocial se esgota. E não é diferente para professores, profissionais da saúde e demais servidores públicos do Estado de São Paulo. Eles vão às ruas não para virarem manchetes de trânsito nos jornais ou para serem personagens de matérias polícias. As causas são mais nobres: anos sem reajuste salarial, falta de condições de trabalho, direitos limitados. Por isso, o Sindicato dos Bancários apóia esses profissionais para que essa realidade seja modificada”.

Veja as reivindicações dos docentes:

– reajuste imediato de 34,3%;
– incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
– contra o provão dos ACTs;
– contra a avaliação de mérito;
– pela revogação das leis 1093, 1094, 1097;
– por um plano de carreira justo;
– concurso público de caráter classificatório.

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