Em três meses de 2012, Ceará tem metade dos ataques a bancos de 2011

Vinte e dois crimes contra unidades bancárias, entre agências, caixas eletrônicos e carros fortes, já foram registrados este ano no Ceará. O número de roubos, furtos e arrombamentos, em Fortaleza e no interior, assusta a população.

Nesses três primeiros meses de 2012, o Ceará já tem acumulado metade do total de roubos a banco no ano passado, quando foram registradas 44. Os números são da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil.

Ano passado, a DRF registrou a prisão de 64 pessoas envolvidas com este tipo de crime. Somente este ano, já foram presos 26 acusados de envolvimento com os crimes.

Na Capital, a incidência maior, atualmente, está sendo com relação aos caixas eletrônicos, como o caso do último domingo (25), quando bandidos renderam e mantiveram como reféns durante seis horas funcionários e guardas municipais e arrombaram os caixas eletrônicos da Câmara Municipal de Fortaleza, no bairro Luciano Cavalcante.

Na segunda-feira (26), cinco guardas prestaram depoimento na DRF sobre o assunto. Nesta terça-feira (27), mais duas pessoas deverão ser ouvidas pela Polícia.

Nos depoimentos, de acordo com o delegado Romério Almeida, titular da DRF, as testemunhas disseram que não foram agredidas e nem feridas. Um dos guardas disse que precisou ficar de cuecas no momento em que os bandidos ataram as mãos dos reféns com plásticos e amordaçaram as vítimas, nos primeiros minutos da ação. “Estamos desenvolvendo ações contra esse tipo de crime e fazendo investigações e diligências para identificar os envolvidos e prendê-los”, disse o delegado.

Indagado sobre o aumento nos casos de roubos, arrombamentos, explosões de caixas, o delegado avalia que o fato está ligado a pontos, como os bandidos estarem migrando para os arrombamentos. “Os bandidos que não conseguem êxito em roubos a carros-fortes, por exemplo, seguem para os caixas. Os bancos têm que evoluir na questão da tecnologia, para que os caixas não sejam violados”.

O delegado lembra que, muitas vezes, os bandidos encontram facilidades, como a pouca segurança. Ele lembrou o roubo a Chorozinho, registrado também neste final de semana. Os assaltantes chegaram a tentar arrombar o caixa eletrônico e provocar incêndio no local. Tanto o crime em Chorozinho, quanto o que ocorreu nos caixas eletrônicos da Câmara estão sendo investigados. “Houve, sim, um recrudescimento quanto ao número dos casos, mas vamos combater todos”.

Porta eletrônica

Romério Almeida questionou a inexistência das portas eletrônicas nas agências. Na avaliação do delegado, trata-se de um instrumento de apoio para clientes e funcionários. “Porque retirar o dispositivo? Nós, da DRF, já tivemos quatro ações contra bancos que não tinham portas eletrônicas”.

A segurança do setor bancário é regida pela lei 7.102/83. A lei não exige o uso da porta eletrônica nos prédios bancários, porém, segundo a Polícia, a segurança das agências deve ser baseada na lei e fiscalizada pela Polícia Federal. No Ceará, não existe uma obrigatoriedade quanto a isso, mas tramita na Câmara Municipal.

Atualmente, são 10.084 bancários, em 471 agências no Ceará. “No Interior, quem é orbigado a ir a um banco em banco, vive temeroso”, afirmou Bosco Mota, diretor do Sindicato dos Bancários. Segundo o sindicalista, a segurança é um tema muito discutido, mas pouco assumido pelos banqueiros. “Nós temos uma preocupação imensa quanto ao assunto”.

O Sindicato dos Bancários entregou na Câmara de Vereadores projeto defendendo que os bancos fiquem com dispositivos, como as portas eletrônicas e os biombos. O documento foi entregue ao presidente da Câmara, Acrísio Sena.

O representante dos bancários lembrou que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU),seria necessário um policial para cada 250 habitantes. “Esta seria a proporção ideal. No Ceará, precisaríamos ter, pelo menos, 28 mil policiais”.

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