Em Brasília, adesão segue alta no sexto dia de greve; Bradesco chama a polícia

A adesão continua fortíssima no sexto dia da greve nacional dos bancários. Segundo levantamento parcial feito pelo Sindicato, nesta terça (29), 205 agências estavam fechadas, entre as 227 pesquisadas no DF. Foram 36 a mais do que na segunda-feira, quando estavam fechadas 179 agências. A adesão neste sexto dia de greve chega a mais de 90%, conforme o levantamento.

De acordo com os dados, a greve já atingiu 65 agências do BB, 47 da Caixa, 34 do BRB, 17 do Itaú, 15 do Real, oito do Unibanco, oito do Santander, seis do HSBC. Havia ainda outras 17 agências parcialmente fechadas. Apenas cinco permaneceram abertas.

Força policial

O Bradesco chamou a força policial para coagir a livre manifestação da categoria na agência do Setor Comercial Sul. Assim, procurou cercear a ação pacífica da comissão de esclarecimento, que divulga os abusos dos bancos para a população e para os bancários. “Aqui nessa agência, se o bancário fizer greve, vai para rua depois. Todo mundo sabe disso”, ressalta Rodrigo Britto, presidente do Sindicato. “Nós sabemos que tem reunião interna para coagir os funcionários a não aderirem à greve. Reclamam que a manifestação dos bancários atrapalha o trabalho, mas os funcionários que estão com atestado e doentes acabam sendo demitidos”, completa Sandro Oliveira, diretor do Sindicato.

A empresa reclamou da manifestação dos bancários no interior da agência e ligou para a Polícia Militar interferir. Os policiais acabaram usando a força para retirar um dos diretores do Sindicato que estava dentro da agência.

O Bradesco conseguiu uma liminar favorável de interdito proibitório na semana passada, procurando impedir que a categoria se manifeste com faixas, cartazes entre outros objetos que impeçam a entrada de pessoas nas agências. “De acordo com a sentença do juiz, não estão impedidas as manifestações dentro do banco”, informou Dario de Azevedo, advogado do Sindicato. “Não pode ser impedido o direito de ir e vir do cidadão, mas o direito a greve é garantido por lei”, reforçou Juliano Braga, diretor do Sindicato.

Dezenas de bancários ficaram durante todo o dia no “Bradescão” do SCS, informando a população sobre os motivos da greve, como as tarifas e taxas de juros exorbitantes e a exploração do trabalhador por causa de metas abusivas, entre outros. Na hora do almoço, bancários, vigilantes e rodoviários presentes degustaram uma galinhada servida em frente à agência, demonstrando a unidade dos trabalhadores.

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