Dilma promete manter direitos trabalhistas e valorização dos salários

Presidenta recebe apoio da CUT em ato realizado em Guarulhos (SP)

A presidenta Dilma comprometeu-se, quando reeleita, em manter todos os direitos trabalhistas existentes, impedir a retirada de qualquer avanço conquistado no mercado de trabalho nos últimos anos e continuar o processo de conquista de aumentos reais de salários, a partir da promessa de preservar a atual política de valorização do salário mínimo, instrumento que alavanca todos os rendimentos trabalhistas do País.

Ela fez essas promessas diante de uma plateia de mais 600 dirigentes sindicais da CUT, todos delegados à 14ª Plenária Nacional da CUT, no final da tarde desta quinta-feira, dia 31, em Guarulhos (SP).

Os delegados e as delegadas da CUT interromperam a plenária e foram em passeata ao primeiro ato oficial organizado pela campanha da presidenta à reeleição, realizado em uma casa de espetáculos da cidade.

“Eu não fui eleita nem serei reeleita para reduzir salário de trabalhador nem para colocar nosso País de joelhos diante de quem quer que seja”, disse a presidenta Dilma, logo nos primeiros momentos de seu discurso. “Eu não sou uma pessoas pretensiosa, e posso não acertar sempre, nem agradar a todos, mas eu jamais traio os meus compromissos nem minha parceria”, completou.

Dilma também lembrou que o Brasil, assim como o restante do mundo, está enfrentando a “maior crise econômica desde 1929”, mas que o País o faz de forma diferente da maioria. “O Brasil está enfrentando a crise de forma a continuar a crescer. Por isso, tomamos todas as medidas para preservar o que há de mais importante: o emprego”.

Citando indiretamente a candidatura de Aécio Neves (PSDB), que recentemente afirmou a uma plateia de empresários que pretende flexibilizar a legislação trabalhista, Dilma afirmou: “Não temos de adaptar direitos trabalhistas. Se for para mexer, tem de ser para ampliar, mudar no bom sentido”, citando como exemplo a extensão dos direitos às trabalhadoras domésticas, através de política aprovada em seu governo. “Tem quem diz por aí que vai flexibilizar. Para esses, na hora do vamos ver, a culpa é sempre do trabalhador”, completou.

Para a presidenta, que recebeu o apoio formal da CUT à sua candidatura à reeleição, “o que vai estar em jogo nessa campanha é como vamos assegurar que o povo avance em direitos, e não voltar para trás”.

E antecipou o que pode ser um dos slogans de sua campanha: “Se na eleição de Lula dissemos que a esperança venceu o medo, nesta eleição a verdade vai vencer o pessimismo e a mentira”, lembrando que a oposição e setores da imprensa profetizaram que o Brasil sofreria vários problemas como o fracasso da Copa, apagão elétrico ou descontrole da inflação, nenhum confirmado no mundo real.

“O que vimos foi o contrário, a Copa foi um sucesso e o Brasil mostrou que tem um povo muito hospitaleiro, alegre e civilizado. Demos uma goleada nos pessimistas. Nesta eleição, temos que fazer a mesma coisa. Temos que dar uma goleada nos pessimistas”, acrescentou.
Nesta semana, o governo Dilma sofreu e desmentiu outra acusação futura, a de que haverá aumento geral de tarifas caso ela seja reeleita.

Dilma criticou o governo paulista, do PSDB, pela crise no abastecimento de água. “A verdade vence a falsidade e o pessimismo quando a gente lembra o que aconteceu na Copa. Todos os jornais diziam que faltaria energia no Brasil. Não vai faltar energia no Brasil, mas em São Paulo pode faltar água. Nós [governo federal] tomamos todas as providências para que no Brasil não falte energia elétrica”, comparou.

Dilma buscou demonstrar ainda descontração, como ao responder com reciprocidade a um grito de “eu te amo” vindo da plateia e, ao final, descer do palco para abraçar os delegados e delegadas cutistas. No início do discurso, afirmou que “receber o apoio da CUT é uma honra. A CUT representa o povo na construção da democracia e na luta por um país mais justo”.

Plataforma da CUT

Dilma recebeu da CUT a Plataforma CUT da Classe Trabalhadora, um documento com propostas elaboradas pela Central para que a candidata as adote como programa de governo.

> Clique aqui para acessar a Plataforma.

Carmen Foro, vice-presidente da CUT, e Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora, leram uma carta preparada pela entidade para explicitar e fundamentar o apoio à reeleição. A candidata também recebeu documentos com propostas dos servidores públicos e das trabalhadoras domésticas.

> Clique aqui para ler a Carta dos Trabalhadores e das Trabalhadoras para Dilma.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, foi enfático ao defender o apoio e pedir mais mudanças à candidata. “Queremos mais crescimento com distribuição de renda”. Ele reivindicou a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, a regulamentação da convenção 151 da OIT – que trata de negociação no serviço público – reforma agrária, valorização da agricultura familiar e igualdade de direitos para mulheres.

“Só vemos uma condição para fazer esta transformação: tendo mais Dilma para fazer, pois os outros [candidatos] não vão fazer”, disse Vagner. “Estamos do mesmo lado e não somos o Banco Santander. Se o Santander está do outro lado, nós estamos com Dilma para mudar o Brasil,” comparou o sindicalista, em referência ao episódio em que o banco emitiu comunicado a alguns correntistas em que relaciona a eventual reeleição de Dilma a efeitos negativos para a economia.

“E isso só tem uma condição para acontecer: mais Dilma. Os demais serão mais FMI, redução de direitos, diminuição das políticas públicas hoje conquistadas. Estamos aqui com a senhora porque será bom para nós e para nossos filhos”.

Padilha governador

Alexandre Padilha também participou do ato. O ex-ministro da Saúde e candidato a governador de São Paulo foi saudado por Vagner como o “homem que vai tirar o Estado do atraso”. Padilha fez um breve discurso ao final do ato, na rua em frente ao local do evento. “A mudança vai começar por Guarulhos”, disse.

Estiveram presentes também o presidente do PT, Rui Falcão, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), e os prefeitos de São Bernardo, Luiz Marinho, também coordenador da campanha de Dilma no Estado de São Paulo, e de Guarulhos, Sebastião Almeida.

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