Dieese analisa campanhas salariais em per¡odo de infla‡Æo baixa

(Rio) Em uma Tarde de Conjuntura realizada ontem no auditório do SindPD do Rio, técnicos do Dieese fizeram uma análise do impacto da inflação baixa sobre as negociações salariais. Foram apresentados gráficos que demonstram como a reposição das perdas no período hiperinflacionário não representa um ganho para a categoria, já que os salários são corroídos tão rapidamente que seu poder de compra médio no ano fica abaixo do observado na atual situação.

 

A pequena diferença nos vencimentos, observada hoje, provoca uma “decepção” nos trabalhadores, já que a lembrança da época de inflação alta deixou marcas na maneira de entender o processo de negociação salarial. Um balanço das negociações realizadas pelas categorias com data-base no primeiro semestre mostra que boa parte – 81,9% – teve ganho real, mas que 60% destes aumentos foram de até 2%.

 

Segundo os técnicos, o grande problema dos salários não é mais a reposição da inflação, mas o baixo patamar dos vencimentos médios do país. Já que recuperar o poder de compra perdido não é mais a necessidade principal, fica claro que o trabalhador brasileiro ganha pouco e que sua capacidade de consumo não vem aumentando. Esta distorção provoca um aumento da concentração de renda, já que, entre 1993 e 2003, foi observado que a participação dos salários no PIB caiu, enquanto que o peso dos lucros do empresariado aumentou.

 

Dentro deste quadro, o que o movimento sindical deve buscar nas negociações não é mais “correr atrás do prejuízo”, mas encontrar novas formas de fazer crescer o poder aquisitivo dos trabalhadores, que não passem simplesmente pelo reajuste dos salários. A implementação de programas de PLR interessantes aos trabalhadores e garantias de estabilidade no emprego, por exemplo, são formas de proteger a classe trabalhadora e garantir ganhos que realmente façam diferença no dia-a-dia.

 

A tarde de conjuntura foi apresentada pelos economistas Paulo Jager, Henrique Jager e Jardel Leal e a Nota Técnica nº 35, que trata do assunto, pode ser encontrada no site do Dieese.

 

Fonte: Feeb RJ/ES

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