CUT cobra gestão democrática do novo ministro do Trabalho em BH

Participação: ministro falou em encontro de dirigentes da CUT do Sudeste

Terminou nesta quarta-feira (27), em Belo Horizonte, o “Encontros Regionais de Planejamento – CUT’s Sudeste”. Durante três dias, mais de 60 dirigentes de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro se reuniram na escola Sindical 7 de Outubro, no bairro Barreiro de Cima, na capital mineira, para aprofundar os debates sobre os desafios e as perspectivas do movimento sindical da CUT e da Regional Sudeste. Os sindicalistas também planejaram ações prioritárias da Central na região.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, ressaltou o caráter inovador desses encontros (já estão marcados os da Região Nordeste, que será realizado em João Pessoa, entre 2 e 4 de abril; e Região Centro-Oeste, entre 27 e 29 de maio, em Goiânia), os únicos no Brasil que discutem estratégias e planejam ações reivindicatórias de interesse da classe trabalhadora junto com as bases, segundo o dirigente.

“Estamos construindo junto com as bases da nossa Central as ações que vão dar sustentação à luta em defesa dos direitos dos trabalhadores”, afirmou Vagner.

Novo ministro

O novo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que participou da mesa de encerramento do encontro, elogiou a iniciativa da CUT de realizar debates estratégicos como esses que estão sendo organizados pelo secretário-geral Sérgio Nobre e a adjunta da Secretaria, Maria de Godói Faria. Segundo Dias, encontros como esses são fundamentais para quem quer se preparar para realmente mudar o país.

“É uma grande satisfação vir na escola de formação política e ideológica da CUT. É necessário organização e politização para que os trabalhadores possam discutir os grandes problemas nacionais”.

Para o novo ministro do Trabalho, “é obrigação das forças progressistas lutar para o governo avançar cada vez mais. E isso só é possível com organização e politização”.

Vagner aproveitou a deixa e lembrou um pouco da história de vida do ministro – ex-militante político, que respeita muito a organização dos trabalhadores, preso político, entre outros detalhes -, e disse que o currículo de Dias foi uma das razões pelas quais o convidou para visitar a escola de formação da CUT, em vez da visita protocolar à sede das central em São Paulo, como ele vem fazendo com as demais centrais sindicais.

“Na CUT, o senhor veio falar diretamente com a base porque nossa Central é diferente das demais, que são parceiras, mas têm relações com a base diferentes da nossa, como o senhor mesmo está vendo na nossa escola de formação”, disse Vagner.

Neste momento, quem aproveitou o gancho foi o ministro e, ao se dirigir à parte da base da CUT presente, Manoel Dias foi claro: “preciso do apoio dos trabalhadores para resgatar o protagonismo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”, disse ele.

“Estou aqui para buscar solidariedade e apoio de vocês e dizer que eu quero a participação de vocês para que eu possa chegar lá e falar com a autoridade de quem está, de fato, representando os trabalhadores”, destacou.

Segundo Dias, o MTE precisa resgatar sua participação no debate nacional relacionado a questões econômicas, políticas e trabalhistas.

“Ele (o MTE) hoje está diminuído”, afirmou o ministro.

Para os dirigentes da CUT, é importante ter um Ministério do Trabalho forte e com poder para defender a pauta dos trabalhadores dentro do governo, porém, para garantir essa sustentação do atual chefe da pasta é preciso que o ministro garanta que o órgão vai ter composição democrática e plural.

Vagner traduziu o sentimento dos dirigentes da CUT e disse claramente ao ministro que a Central quer continuar apoiando, participando, debatendo, sugerindo, interferindo, mas, para isso “é preciso que a composição da equipe do MTE seja absolutamente democrática e não dominada por uma única central, como já ocorreu no passado”.

Neste caso, e apenas neste caso, a CUT apoiará e participará. Mais que isso, quer que o ministro seja “o capitão da negociação” dos 11 itens da pauta de reivindicação entregue à presidenta Dilma Rousseff após a marcha realizada em Brasília no início deste mês.

“Que o senhor seja nosso porta-voz. Queremos anunciar no dia 1º de Maio os itens que negociarmos e conquistarmos”, encerrou o presidente da CUT.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram