Crédito imobiliário cresce 75,9% e é o maior em 20 anos

A venda de casa própria com dinheiro da caderneta de poupança atingiu em maio a maior marca em 20 anos em número de unidades financiadas: 20.069 imóveis novos e usados, no valor de R$ 2,2 bilhões. Somente nos primeiros cinco meses de 2008, os financiamentos imobiliários foram 4,3% superiores ao ano passado inteiro.

Essa é a principal manchete do jornal “O Estado de São Paulo” desta terça-feira 17, citando levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) a partir de informações do Banco Central. Leia a reportagem mais a abaixo.

BB entra no mercado imobiliário

O mercado imobiliário ganhará esta semana mais uma importante fonte de financiamento: o Banco do Brasil, que pela primeira dará financiamento com recursos do SFH. Segundo a “Folha de São Paulo”, o BB fará nesta quarta-feira 18 o lançamento oficial do programa de financiamento da casa própria. Leia abaixo.

O ESTADO DE SÃO PAULO (17/06/08)

Crédito imobiliário cresce 75,9%

Em cinco meses, financiamento alcançou R$ 9,74 bi; em unidades vendidas, maio atingiu maior marca em 20 anos

Márcia De Chiara

A venda de casa própria com dinheiro da caderneta de poupança, que sozinha representa 65% do crédito imobiliário, atingiu no mês passado a maior marca em 20 anos em número de unidades financiadas. Em um único mês, foram aprovados financiamentos para compra de 22.069 imóveis novos e usados destinados à moradia, número 35,6% maior em relação a igual período de 2007, segundo dados reunidos pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) a partir de informações do Banco Central (BC).

Os créditos para a compra desses imóveis somaram R$ 2,2 bilhões em maio e R$ 9,744 bilhões neste ano. Em apenas cinco meses deste ano, o montante de financiamentos aumentou 75,9% em relação ao mesmo período de 2007 e superou em 4,3% a cifra total de contratada no ano inteiro de 2006 (R$ 9,340 bilhões). Os recursos aprovados de janeiro a maio deste ano financiaram a compra de 95.956 imóveis, quase a metade do que foi aprovado no ano inteiro de 2007, quando o número de unidades financiadas totalizou 195.900 imóveis.

“Estamos vivendo hoje um excelente momento para o crédito imobiliário”, afirma o presidente da Abecip, Luiz Antonio França. A estabilidade econômica, que permitiu o alongamento dos prazos de financiamento em até 30 anos com juros baixos, associada à possibilidade de reaver o imóvel (alienação fiduciária) em caso de falta de pagamento, são os fatores que sustentam esse cenário favorável, diz o executivo.

Nem mesmo o aumento da inflação e a elevação da taxa básica de juros, que ocorre nos últimos meses, devem frear o crédito imobiliário. “A alta dos juros não é representativa na formação da TR (Taxa referencial), diz França. Hoje a prestação do imóvel financiado com recursos da poupança tem juros a partir de 6,75% ao ano, acrescida da variação da TR.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), João Claudio Robusti, é mais cauteloso na análise. “O impacto da alta dos juros poderá ter reflexos negativos no crédito imobiliário no ano que vem.”

Para este ano, Robusti acredita que o cenário favorável deverá ser mantido com crescimento de 10,2% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil. A construção civil imobiliária deverá responder por 40% desse crescimento total, que será liderado pelas grandes obras de infra-estrutura.

Enquanto a alta dos juros não afeta o setor, o presidente do Sinduscon-SP faz projeções positivas para este ano. Nas suas contas, cerca de 220 mil imóveis deverão ser financiados em 2008 com recursos da poupança, um número 12% maior ante 2007. Em valores, o crédito imobiliário bancado pela poupança pode chegar a R$ 25 bilhões em 2008, ante R$ 18,2 bilhões em 2007.

FOLHA DE SÃO PAULO (17/06/08)

Banco do Brasil já financia casas nesta semana

DO “AGORA”

A partir desta semana, o Banco do Brasil deve oferecer crédito imobiliário para o financiamento da casa própria com recursos do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), dinheiro que vem da poupança.

Ainda faltam alguns ajustes, mas a idéia é que a classe média possa contar com mais uma opção na hora do financiamento. Os juros vão variar de 8,9% mais a TR (Taxa Referencial), no financiamento pós-fixado, a 12,36%, quando os juros forem prefixados.

Desde o início do ano, o Banco do Brasil está trabalhando para lançar essa modalidade de crédito, só faltava uma autorização do Banco Central, concedida na última sexta-feira. A autorização complementou a resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional), de março deste ano, que já indicava a abertura da linha de crédito com a utilização de recursos de poupança no banco.

O lançamento oficial do financiamento está previsto para acontecer amanhã, mas algumas das regras do banco para o crédito pelo SFH já podem ser adiantadas.

O valor mínimo do financiamento será de R$ 20 mil, e o máximo, de R$ 1,5 milhão. O cliente poderá financiar também as despesas decorrentes da compra do imóvel, como a escritura, mas esses gastos serão somados ao valor total e não poderão ultrapassar 80% do valor da propriedade.

O prazo mínimo de pagamento será de um ano e meio, e o máximo, de 20 anos. Os imóveis de até R$ 350 mil podem ser financiados pelo SFH. Para imóveis acima desse valor, deverão ser usados recursos próprios do banco -no SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário). Essa linha já está disponível desde dezembro.

“O Banco do Brasil está entrando no financiamento imobiliário nas mesmas condições dos outros concorrentes”, afirmou Paulo Rogério Caffarelli, diretor de Novos Negócios do Banco do Brasil.

Ele ressaltou ainda um diferencial de mercado. Pelas regras do banco, o cliente poderá escolher um mês do ano para pular o pagamento da parcela. Nesse mês escolhido, pagará apenas os seguros e tarifa de administração do contrato, ainda em fase de finalização.

O Secovi (sindicato da habitação) elogiou a entrada do Banco do Brasil no crédito imobiliário pelo SFH. “É bom para a concorrência, e espero que venha para ficar, mesmo que inicialmente seja apenas para a classe média”, disse Celso Petrucci, diretor-executivo do sindicato.

Para atender a população com renda mensal mais baixa (até R$ 4.900), o Banco do Brasil deverá lançar também neste ano linhas de financiamento com recursos do FGTS. Os juros anuais deverão ser menores (entre 6% e 8%), e o valor do imóvel deverá ser de no máximo R$ 130 mil.

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