Contraf participa da 3ª Conferência da UNI Américas Finanças, em Montevidéu

Evento reúne participantes de oito países das Américas

Começou neste sábado 1º de dezembro, em Montevidéu, a 3ª Conferência Regional da UNI Américas Finanças, que reúne dirigentes sindicais de oito países das Américas do Sul, Central e do Norte na discussão e busca de ações comuns dos bancários no continente. A Contraf-CUT participa com 27 delegados, observadores e convidados.

“Nesse momento importante da América Latina, em que ampliamos os direitos dos trabalhadores, o movimento sindical tem papel importante na defesa da democracia e para confrontar os que planejam golpes”, afirmou na abertura da Conferência Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e também da UNI Américas Finanças, o braço regional do Sindicato Global que representa 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços em todo o mundo.

“A UNI vem avançando na construção do Sindicato Global, mas temos ainda muito a caminhar. Precisamos ousar. Antes de sermos bancários, somos trabalhadores. É imperativo que fortaleçamos a solidariedade de classe, não apenas com palavras. Precisamos discutir o que fizemos e pra onde queremos ir e sair daqui com um plano concreto de ações”, acrescentou Cordeiro.

‘Redes sindicais são o coração da UNI’

Para o dirigente sindical brasileiro, as redes sindicais internacionais de bancos “são hoje o coração da UNI”, que não só articulam ações continentais dos trabalhadores dos bancos multinacionais como “produzem informações que foram cruciais para as nossas negociações no Brasil, como por exemplo o valor do piso salarial nos vários países”.

Carlos Cordeiro defendeu a intensificação da campanha pelo emprego decente, que envolve estabilidade e mais contratações, melhores condições de trabalho e preservação da saúde, mais segurança nas agências, melhor remuneração dos bancários, igualdade de oportunidades e aposentadoria digna.

Unir os bancos públicos do Mercosul

A regulamentação do sistema financeiro é outra bandeira fundamental que o presidente da Contraf-CUT defendeu para a ação sindical da UNI nas Américas, que deve incluir a articulação de ações conjuntas dos bancos públicos na região. “Ainda há muitos bancos públicos no Mercosul. Nós trabalhadores precisamos nos apropriar de informações sobre o sistema financeiro na região. Vamos propor uma aliança desses bancos para discutir de forma articulada o papel deles no fornecimento de crédito para o desenvolvimento econômico e social dos nossos países. Os dirigentes sindicais precisam articular esse debate.”

‘Temos grandes desafios’

O diretor regional da UNI Américas Finanças, André Rodrigues, fez um balanço positivo das ações do Sindicato Global na região, como a assinatura do acordo marco com o Banco do Brasil, as negociações com o HSBC no México e a abertura de possibilidades de criação de sindicatos de bancários nos Estados Unidos.

“Conseguimos avanços visíveis, mas temos grandes desafios pela frente”, ponderou André, que é ex-diretor do Sindicato de São Paulo. “Um caminho para superar os desafios é o da solidariedade, o estreitamento dos laços com os movimentos sociais na América Latina. Esperamos que o resultado da conferência seja um plano de luta muito claro para o futuro período.”

Participaram ainda da mesa de abertura da 3ª Conferência Regional da UNI Américas Finanças o presidente do Conselho Diretor de Setor Financeiro Privado da Associação dos Empregados Bancários do Uruguai (Aebu), Elbio Monegal, o vice-presidente da UNI Américas Finanças, Trevor Johnson (de Trinidad Tobago), e a secretária-geral da UNI Américas, Adriana Rosenzvaig (da Argentina).

Também participaram dos debates na parte da manhã o chefe da UNI Finanças Mundial, Márcio Monzane, e Agostino Megale, secretário-geral da CGIL, uma das maiores centrais sindicais da Itália. E a coordenadora de estudos econômicos da Aebu, Eva Szarfman, apresentou o painel sobre o Sistema Financeiro e Regulações na América Latina.

Crise na Europa e redes sindicais

Na parte da tarde, Márcio Monzane apresentou detalhada análise sobre a crise que atinge a Europa, desde suas origens até as greves gerais que estão se alastrando pelo continente. Também fez um relato sobre as negociações no âmbito da União Europeia e as propostas do movimento sindical para sair da crise.

A intervenção de Monzane foi enriquecida com as participações do presidente da UNI Europa, Oliver Röethig, e de Mario Ongaro, diretor da italiana CSGIL.

O diretor regional da UNI Américas Finanças, André Rodrigues, apresentou na sequência um estudo comparativo sobre os modelos de PLR nos países onde atuam os bancos multinacionais na América Latina. O objetivo é dar partida “na busca de um consenso conceitual, encontrar um denominador comum e lançar uma campanha pela mesma PLR em todo o continente”.

Por fim, os coordenadores das redes sindicais de bancos internacionais (Itaú, Santander, BB, BBVA e HSBC) fizeram relatos sobre a atuação de cada fórum e os preparativos para o encontro das redes, provavelmente em maio, no Paraguai.

A 3ª Conferência Regional da UNI Américas Finanças será encerrada neste domingo 2, com a aprovação de um plano de lutas para o movimento sindical bancário em todo o continente.

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