Contraf-CUT retoma as negocia‡äes com a Caixa

(São Paulo) Depois de quase dois meses, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a Caixa Econômica Federal retomaram as negociações permanentes na última quinta-feira, dia 18. As reuniões haviam sido interrompidas, a pedido do banco, por causa das recentes mudanças no comando da empresa, mas a Contraf-CUT já solicitava a retomada há um mês.

 

Durante esse período, a Caixa publicou a CI SUPES/GERET 077, em que a direção determinou unilateralmente a compensação de uma hora trabalhada para cada hora parada na greve passada.

 

“Registramos nossa indignação com a atitude da empresa e exigimos a suspensão da CI porque queremos discutir a questão. Os representantes da Caixa cederam e concordaram em retificar a CI. Foi uma grande vitória dos empregados contra essa decisão da Caixa, no mínimo, antidemocrática”, explicou Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT e coordenador da CEE.

 

Os representantes dos bancários reafirmaram sua proposta inicial de abono total dos dias parados na greve. A Caixa não aceitou, mas assumiu o compromisso de apresentar uma contraproposta na próxima reunião, marcada para quinta-feira que vem, dia 25.

 

RH 008

Não foi desta que vez que a novela dos demitidos pelo RH008 chegou ao fim. A Caixa insiste em adiar o último capítulo e afirmou que tem qualquer avanço para apresentar. A CEE afirmou que não aceita outra alternativa que não seja a reintegração de todos os demitidos.

 

Durante a negociação, os bancários lembraram aos representantes da Caixa que no último dia 20 de abril a CEE reuniu-se com a presidenta do banco, Maria Fernanda Coelho, e ela demonstrou sensibilidade para o problema.

 

“Os representantes da Caixa comprometeram-se a conversar com Maria Fernanda e apresentar um posicionamento na próxima reunião. Esperamos que o tema seja retomado com seriedade na mesa, porque já estamos discutindo a reintegração dos demitidos pelo RH008 há muito tempo e trata-se de uma questão de justiça”, ressaltou Plínio.

 

Caixas

A CEE apresentou sua avaliação, baseada no relato de praticamente todos os sindicatos do país, de que o dimensionamento dos cargos de Caixa é totalmente insuficiente, haja vista o agravamento generalizado das condições de atendimento ao público e as reclamações dos empregados. Assim cobrou a complementação imediata das 7.622 vagas de caixas negociadas na última campanha e que a Caixa só cumpriu até agora pouco mais de 6.600. Propôs também a garantia de que nenhuma agência tenha menos de dois caixas funcionando e a ampliação provisória de 20% para 50% de caixas substitutos, como reserva de emergência, a fim de responder a demanda emergencial. “São medidas que melhorariam muito o atendimento nas agências e diminuiria a sobrecarga de trabalho dos empregados”, disse Plínio.

 

A Caixa concordou que todas as agências precisam ter no mínimo dois caixas, o que cria imediatamente 141 novos cargos para as unidades que hoje funcionam com apenas um. Sobre a abertura de 7.622 vagas e a ampliação do percentual de substitutos, os representantes da empresa se comprometeram a verificar a possibilidade e responder na próxima rodada de negociações.

 

“Cobramos também o acerto nas atribuições previstas no RH060 para sejam abolidas quaisquer expressões que possam dar o entendimento de que o caixa seja também vendedor. Também questionamos sobre a transferência de empregados nos casos de excedente na lotação e a Caixa ficou de apresentar um levantamento completo na próxima reunião para que seja negociada a reversão. O banco também se comprometeu a expedir orientação esclarecendo que o critério para designação de substituto eventual segue o mesmo para nomeação dos titulares, respeitando-se o banco de habilitados”, detalhou o coordenador da CEE.

 

Renegociação das dívidas

A CEE acertou com a Caixa e vai elaborar uma proposta de redação que atenda melhor os casos dos empregados em dívida com o banco. A proposta de reduzir os juros e ampliar prazos para inadimplentes, apresentada pela Caixa, não teve adesão dos empregados, pois é muito restritiva.

 

Ponto Eletrônico

Finalmente a Caixa apresentou as alterações no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), que vai dialogar com todos os sistemas. A equipe de tecnologia fez a demonstração do funcionamento do novo Sipon, que representa uma importante conquista.

 

“Mas o Sistema ainda apresenta uma grande fragilidade, que a Caixa diz não ser possível solucionar de imediato por limitação em sua plataforma, que é a possibilidade de um empregado trabalhar com o login de um gerente”, lamentou Plínio.

 

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Fenae

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