Contraf-CUT participa de conferência dos bancários da Itália

Termina nesta quinta-feira, 18 de fevereiro, o 19º congresso da FABI (Federazione Autonoma Bancari Italiani), em Roma, Itália. A FABI é uma entidade federativa que organiza mais de 100 mil trabalhadores do setor, que na Itália, além dos bancários, integra também os profissionais de seguros. Na pauta dos trabalhos, avaliações sobre a conjuntura, discussões sobre plano de luta e renovação da direção da entidade. A Contraf-CUT esteve representada por Roberto Von der Osten, secretário de Finanças da confederação, e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região pelo diretor executivo Paulo Salvador.

Dias antes do início do congresso acentuaram-se as notícias de aumento da recessão na Espanha e crise de insolvência na Grécia, que estaria às voltas com um socorro do Fundo Monetário Internacional. Na abertura do congresso, vinte oradores – membros das direções nacional e regionais da Federazione, executivos de bancos, jornalistas e publicitários – falaram da crise, com exposições que foram do número de demissões aos efeitos na moral dos trabalhadores e da juventude.

Em seu pronunciamento, o secretário geral da FABI, Enrico Gavarini – que deverá ser substituído por Lando Mama Sileoni – foi contundente ao responsabilizar empresários sem ética e listou os desdobramentos sobre empregos, aposentadorias e precarização do trabalho (aumento dos contratos temporários). Ele também denunciou a evasão de mão de obra, a exemplo das grandes emigrações do século XIX e a evasão de divisas. Cobrou das empresas mais ética nas contratações e o fim do “amiguismo” – que são contratações por apadrinhamento, por indicação de parentes e amigos – e do governo isenção fiscal para as empresas que empregam.

Entre os oradores, não faltaram comparações dos ganhos com a bolha especulativa imobiliária com os negócios do crime organizado, do tráfico de drogas e da máfia, e a necessidade de punições aos autores da crise.

Oliver Roethig, secretário-geral da UNI Sindicato Global, disse que “é espantoso o gasto de cerca de 200 bilhões de euros na crise (o equivalente a quase seiscentos bilhões de reais) e que 8 milhões de trabalhadores perderam seus empregos e outros 50 milhões ainda estão ameaçados”. Ele lembrou que está agendado para 16 de abril uma manifestação em frente ao Banco Central Europeu, em defesa dos direitos dos clientes prejudicados pela crise dos bancos em vários países da Europa. Um consenso entre os oradores é a busca da unidade sindical para o enfrentamento da crise e melhorias na contratação coletiva nacional.

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