Banpará propõe retirada de direitos em negociação e greve continua

Parece que o Banpará não entendeu o recado dado pelos funcionários em greve desde o dia 4. Em vez de apresentar uma proposta que convencesse a sair da paralisação, o banco propôs nesta terça-feira, dia 11, a retirada de direitos dos trabalhadores durante a segunda rodada de negociação com as entidades sindicais, em Belém.

A proposta do banco foi a seguinte: seguir estritamente a Fenaban – inclusive na PLR, onde no Banpará a distribuição da parcela adicional é maior – com a possibilidade de negociar cláusulas sociais da minuta. O único pequeno avanço na proposta apresentada foi a garantia de 30 dias de Licença Prêmio, em vez dos atuais 25 dias, a cada 5 anos.

O Sindicato dos Bancários do Pará, a Contraf-CUT, a Fetec Centro Norte e a Associação dos Funcionários rejeitaram de imediato a proposta apresentada pelo banco pelo seguinte motivo: com o Banpará se limitando apenas a seguir a Fenaban, o funcionalismo perderia os 2% na PLR garantidos no acordo coletiva atual, assim como os tíquetes extras. Ou seja, se for para retirar direitos dos trabalhadores, não há acordo.

“Dissemos ao Banpará que a proposta apresentada não contemplava a categoria, pois enquanto não apresentar um índice acima do que a Fenaban está oferecendo (6%), enquanto não negociar o aumento do Piso, enquanto não avançar em relação ao PCS desvinculado das metas, enquanto não houver resposta para o aumento de comissões para todos os funcionários, promoção para todos no PCS na data base, PLR linear, dentre outras reivindicações centrais para o funcionalismo, a orientação das entidades será pelo fortalecimento da greve por tempo indeterminado”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Registre-se o desrespeito da diretoria do Banpará, que se negou a registrar em ata o conteúdo da reunião de negociação.

Apesar da rejeição da proposta em mesa, as entidades sindicais e associativa se dispuseram a seguir com o processo de negociação com Banpará e esperam ser chamadas para apresentação de uma nova contraproposta que dialogue com as reivindicações da categoria.

Audiência na SEPOF

Após a mesa de negociação com o Banpará, o Sindicato e demais entidades representativas do funcionalismo do banco tentaram uma audiência com a Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (SEPOF), no sentido de sensibilizar o Governo do Estado a facilitar o processo de negociação no Banco do Estado.

Porém, com a impossibilidade de agenda para o secretário Sérgio Bacury receber os dirigentes sindicais, ficou agendada uma audiência com as entidades para a próxima quinta-feira, dia 13.

É preciso fortalecer a greve para avançarmos nas conquistas

Diante da proposta apresentada pelo Banpará, a assembleia dos trabalhadores e trabalhadoras do Banpará realizada no final da tarde de hoje deliberou pela rejeição da proposta apresentada, pela continuidade da greve por tempo indeterminado e pelo fortalecimento do movimento em todo o Estado, para pressionar o banco e o Governo estadual a apresentar uma proposta que atenda aos anseios da categoria.

“Precisamos nos manter unidos e firmes no convencimento de cada colega do Banpará de que somente com a força da nossa greve seremos vitoriosos. Não vamos abrir mão de nenhuma conquista que tivemos nos últimos cinco anos. Não vamos aceitar o desrespeito e o assédio do banco sobre os trabalhadores para enfraquecer a greve. Não vamos ceder à política do medo imposta pelo modo tucano de gestão no Banpará. Vamos sim seguir de cabeça erguida em defesa dos nossos direitos e pela ampliação das nossas conquistas. Estamos todos e todas na greve, até a vitória”, conclama a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Érica Fabíola.

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