Bancos podem financiar com crédito imobiliário 500 mil unidades em 2010

Valor Econômico
Fernando Travaglini, de São Paulo

O número de unidades financiadas deve superar neste ano os 300 mil pela primeira vez na história do crédito imobiliário com recursos da poupança. Até novembro, já foram financiadas 271 mil unidades e a expectativa é fechar o ano com 310 mil.

Para o próximo ano, há um potencial ainda maior e espaço para atingir cerca de 500 mil, apenas com recursos da caderneta, afirma Antonio Barbosa, diretor de pessoa física do HSBC.

Segundo ele, o incremento da demanda deve vir principalmente da enxurrada de entregas dos empreendimentos iniciados no boom da construção vivido em 2007, que agora devem virar financiamento aos mutuários.

Essa operação de financiamento de novas unidades é conhecida no mercado como repasse. É quando o cliente recebe as chaves e tem a opção de quitar o restante da dívida ou convertê-la em financiamento. Quando o mutuário escolhe um empréstimo bancário, a instituição financeira assume a linha e desconta o valor do imóvel do débito que a incorporadora fez durante a obra.

Nas conta do diretor do HSBC, o volume de empreendimentos lançado em 2007 ficou em torno de R$ 10 bilhões em termos de valor geral de vendas (VGV, índice usado pelo mercado para avaliar o preço de uma construção). São aproximadamente 200 mil unidades. Do total, entre 40% e 60% podem virar financiamentos. Somando-se o crescimento do mercado, o volume pode atingir o nível recorde de 500 mil unidades.

Alda Rosselli, superintendente de crédito imobiliário PJ do Santander, relata que as pessoas estão mais propensas a tomar crédito. “Até nos empreendimentos com valores mais altos, entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão, as pessoas optam pelo financiamento.”

O Itaú Unibanco já se prepara para esse aumento da demanda com o lançamento de plataformas próprias para atender as empresas e também estão com uma programação para atender os clientes que estão na iminência de receber as chaves, conta Luiz França, diretor do banco.

Já o Bradesco criou uma central de apoio ao financiamento imobiliário para dar suporte às agências na oferta dessas linhas, conta Nilton Pelegrino, diretor do banco.

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