Bancos acessam mais financiamentos do Banco Central Europeu

Os bancos da zona do euro estão cada vez mais recorrendo a financiamento emergencial do banco central, num sinal de crescentes problemas no sistema financeiro da região.

Os bancos da zona do euro depositaram 346,4 bilhões de euros, o máximo desde junho de 2010, no Banco Central Europeu na segunda-feira à noite – o número mais recente -, sugerindo que os bancos estão guardando dinheiro, em vez de emprestar a concorrentes, por causa dos temores de risco de contrapartes.

Os bancos do continente também estão recorrendo pesadamente a linhas emergenciais de empréstimos oferecidas pelo BCE. A tomada de dinheiro no banco central no “overnight”, que impõe taxas de juro penalizadoras e estão em nível elevado há quase duas semanas, atingiram quase 9 bilhões de euros na segunda-feira.

Um operador disse: “O sistema financeiro não está mais funcionando bem. Muito poucos bancos podem obter empréstimos de curto prazo nos mercados privados. Apenas um punhado dos bancos de maior porte e bem mais forte têm condições para tanto”.

Ele também citou a demanda por empréstimos em leilões regulares realizados a cada sete dias pelo BCE, que subiu para 291,6 bilhões de euros, nível mais elevado em mais de dois anos, como outro sinal das tensões no mercado.

Mas os mercados de títulos soberanos na zona do euro estavam relativamente calmos em meio a volume moderado de negócios. Os rendimentos dos títulos italianos e espanhóis de 10 anos subiram marginalmente no dia, ficando em 7,13% e 5,74%, respectivamente, para dívida com maturação em 10 anos, segundo a agência “Reuters”.

Houve também um conjunto relativamente bem-sucedido de leilões da Espanha, Bélgica e do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, o fundo de socorro da zona do euro.

Os custos de curto prazo dos empréstimos tomados por espanhóis e belgas caíram, em leilões de dívida de curto prazo.

O Tesouro da Espanha vendeu o equivalente a 4,9 bilhões de euros em títulos de 12 meses e 18 meses, acima do topo do intervalo indicativo, com taxas quase 1 ponto percentual abaixo das máximas registradas em 14 anos, conforme se observou em leilão de novembro.

“Apesar de representar uma clara melhoria nos últimos leilões, os rendimentos, hoje, permanecem elevados e, portanto, em termos de risco de contágio, essas vendas representam apenas uma adiamento de execução da pena”, disse Richard McGuire, analista de renda fixa sênior no Rabobank.

“Para uma melhora mais duradoura na sustentabilidade da dívida espanhola, é necessário um disjuntor em nível sistêmico”.

Os rendimentos sobre a dívida da Bélgica de curto prazo caíram mais de 140 pontos base, para 0,78%, em comparação com um mês antes, quando os belgas levantaram 1,1 bilhão de euros, ao vender títulos em março de 2012, em meio a forte demanda.

O ânimo melhorou devido à formação de um novo governo na semana passada.

O EFSF captou 2 bilhões de euros vendendo títulos de três meses, com um rendimentos de 22 pontos base para socorrer Portugal e a Irlanda.

No entanto, apesar da relativa calma nos mercados de títulos soberanos, muitos investidores e estrategistas continuam preocupados com as taxas de capitalização bancária. Muitos dizem que o BCE precisa aliviar as tensões nos mercados da dívida de governos incrementando suas compras de títulos.

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