Bancários exigem aumento real, fim do assédio moral e das metas abusivas

Bancários aprovam reajuste de 11%, mais empregos e valorização do piso

Rede de Comunicação dos Bancários

A Campanha Nacional dos Bancários de 2010 terá como pontos centrais da pauta de reivindicações a preservação e ampliação do emprego, o fim das metas abusivas e do assédio moral, mais saúde e melhores condições de trabalho e de segurança, PLR maior, valorização dos pisos salariais e reajuste salarial de 11%. Essa foi a decisão da 12ª Conferência Nacional dos Bancários, concluída neste domingo 25 de julho no Rio de Janeiro, ao final de três dias de intensas discussões.

Participaram da conferência 628 delegados de 25 Estados mais o Distrito Federal, eleitos nas conferências regionais, dos quais 433 homens e 195 mulheres, além de 40 observadores. A conferência é o coroamento de processo de discussão com a categoria, que incluiu consultas aos bancários por parte dos sindicatos, assembléias nas bases, encontros estaduais e conferências regionais.

“Fizemos um amplo debate democrático que envolveu milhares de bancários em todo o país. A mensagem que o bancário nos deu é que a Campanha Nacional deste ano tem de envolver tanto a remuneração quanto as questões sociais que ele enfrenta no dia-a-dia dentro do banco”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “O bancário quer uma remuneração justa e digna, mas também a preservação do emprego. Ele quer mais saúde e segurança nas agências, o fim das metas abusivas e do assédio moral. Ele quer uma perspectiva de carreira, um plano de cargos e salários e uma previdência complementar que garanta sua segurança na aposentadoria.”

Para o presidente da Contraf-CUT, a campanha agora entra na etapa de mobilização da categoria para pressionar os banqueiros na mesa de negociação. “O bancário sabe que todas as nossas conquistas foram alcançadas com unidade dos trabalhadores e muita luta. E como nos anos anteriores, temos certeza que os bancários vão desencadear uma forte mobilização para avançarmos nas conquistas”, aposta Carlos Cordeiro.

Veja abaixo as principais resoluções da 12ª Conferência Nacional dos Bancários:

Emprego

Mais contratações

Ampliar a contratação de mulheres, negros e pessoas com deficiência, garantindo igualdade de oportunidades

Garantia de emprego

Qualificação e requalificação profissional

Remuneração e Previdência

Reajuste salarial de 11% (inflação do período mais 5% de aumento real).

Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil para cada funcionário

Piso salarial no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88).

Elevação do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá para o valor de um salário mínimo para cada item

Previdência Complementar para todos os bancários

Sistema Financeiro

Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal

Regulamentação da remuneração dos executivos

Democratização e ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN)

Regulamentação do papel social dos bancos

Fim dos correspondentes bancários

Saúde do Trabalhador

Fim das metas abusivas

Combate ao assédio moral

Proteção contra os riscos de acidente de trabalho ou doença ocupacional

Programa de Reabilitação Profissional

Prevenção de adoecimento e promoção da saúde da mulher

Assistência médica, hospitalar, odontológica e medicamentosa

Segurança Bancária

Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros ou extorsões

Ampliação dos equipamento de prevenção

Adicional de risco de vida de 30% para agências, postos e tesouraria

Proibição de transporte de valores e guarda das chaves pelos bancários

Estabilidade provisória para vitimas de assaltos, sequestros e extorsões

Eleições 2010

Os delegados presentes à 12ª Conferência Nacional dos Bancários também discutiram a eleição deste ano para a Presidência da República. A avaliação que prevaleceu é de que existem dois projetos distintos em disputa. Um deles, representado pela candidatura Serra, significa uma volta ao passado, com políticas sociais e econômicas contrárias aos interesses dos trabalhadores e novas privatizações. O outro projeto, puxado pela candidatura Dilma, representa a continuidade das políticas de desenvolvimento econômico com inclusão social, geração de empregos e respeito aos trabalhadores – iniciadas pelo governo Lula. Em razão disso, o plenário aprovou o apoio à candidatura Dilma Roussef. “Nós temos um lado nessa disputa, que é o lado do povo, por um Brasil mais justo e melhor. E por isso estamos com Dilma”, conclui o presidente da Contraf-CUT

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