Bancários do Itaú param agência da Conde da Boa Vista (PE) contra demissões

Pela terceira vez este mês, os bancários do Itaú realizaram uma série de protestos e paralisações em mais um Dia Nacional de Luta contra as demissões. Em Pernambuco, o alvo da mobilização desta terça-feira, dia 19, foi a agência do Itaú na avenida Conde da Boa Vista, localizada em frente ao shopping. A unidade permaneceu paralisada até o meio-dia.

O secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, conta que o protesto teve forte adesão dos bancários da agência. “Todos os funcionários do Itaú estão preocupados com a onda de demissões que tem assolado o banco em todo o país. Só em Pernambuco foram cerca de 50 demissões este ano. E o pior é que a direção do Itaú havia assumido um compromisso com o Sindicato de que não haveria cortes por conta da fusão com o Unibanco”, comenta Geraldo.

Segundo ele, apesar de o gerente operacional da agência apresentar resistência contra o protesto, a paralisação foi forte e contou com apoio massivo de bancários e clientes. “Até os usuários do banco apoiaram o protesto, porque eles também sofrem com a falta de funcionários. As filas estão enormes e o atendimento está péssimo”, explica Geraldo.

Demissões e luta – Os bancários do Itaú iniciaram esta onda de protestos no dia 5 de julho. Surpreendido pela mobilização, o banco chamou o Sindicato para uma negociação, no dia seguinte, mas atribuiu o desligamento de quase 4 mil trabalhadores este ano à “rotatividade normal do mercado”.

Para o Sindicato, não há nada de normal e as demissões vêm piorando as condições de trabalho. Para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores estão sendo sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e a terceirização do serviço bancário.

A situação se repete em todo o país, conforme foi diagnosticado pelos dirigentes sindicais no Encontro Nacional, realizado no dia 8 de julho, em São Paulo. “De norte a sul do país os funcionários do Itaú estão sendo demitidos e estão sofrendo com as péssimas condições de trabalho, estão adoecendo e, o que é pior, não vemos da direção do banco movimentações no sentido de melhorar esta situação”, Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, coletivo que assessora a Contraf-CUT e o Sindicato nas negociações com o banco.

O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, declarou publicamente na época da fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008, que não aconteceriam demissões. O movimento sindical participou de diversas mesas de negociações e recebeu a promessa do banco de que o emprego seria garantido. Se oficialmente as demissões em massa estão descartadas, na prática a história é outra.

Reportagem da Exame Finanças, na edição do dia 15 de junho, comprova que a empresa iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna “para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam”. As demissões estão ocorrendo em todos os setores do banco. Apenas nos meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350 profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área de crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de cartões de crédito.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram